16 de março de 2012

Valença


Valença do Minho é uma vila do distrito de Viana do Castelo, localizada bem na fronteira com Espanha, por ela separada pelo bonito Rio Minho, e bem rodeada de muralhas no alto de uma colina, ostentando o seu longo cariz defensivo.



Valença tem origens muito remotas. A sua ocupação remonta a épocas muito recuadas: as gravuras rupestres que se podem observar em determinados lugares de certas freguesias são prova irrefutável de uma ocupação longínqua no tempo. As Inquirições de D. Afonso III também fazem alusão a edificações do tipo dolménico no Concelho de Valença.

A sua fortificação defensiva acontece na idade média no reinado de D. Sancho I na transição do séc. XII para o séc. XIII, vindo a ser reformada e ampliada no reinado de D. Afonso III, para em plena guerra da restauração, no reinado de D. João IV, como baluarte estratégico da defesa territorial, repelir os ataques dos exércitos espanhóis que a chegaram a ocupar temporariamente em 1654.




Pela sua posição estratégica em frente à atual cidade espanhola de Tui foi-lhe atribuída na idade média a designação de «Contrasta» que significava «em frente a», tendo sido no séc. XV e no reinado de D. Afonso V que o atual nome de «Valença» que significa «a valente» lhe é definitivamente instituído em homenagem à coragem e valentia das suas gentes demonstrada na defesa do território pátrio.

Dentro das muralhas vive-se um ambiente medieval, constituído por ruas estreitas e por várias lojas de comércio tradicional. São vários os monumentos que embelezam a vila de Valença, existindo na região várias casas brasonadas, solares minhotos e pequenos palacetes que demonstram o seu cariz de Vila fidalga, de importância económica desde cedo, como é o caso da quatrocentista Casa do Eirado, a Casa do Poço ou a bonita Quinta da Mota.











Ao longo do percurso pela vila cruzamo-nos com várias igrejas e capelas entre elas a igreja românica de Santa Maria dos Anjos, do séc. XIII; a igreja da colegiada de Santo Estêvão, de estilo românico do séc. XIII com reconstrução neoclássica; a capela militar do Bom Jesus, uma mistura de estilos barroco e neoclássico do séc. XVII, à frente da qual se ergue a estátua de S. Teotónio, primeiro santo português e padroeiro da cidade; a capela do Senhor do Encontro, estilo barroco do séc. XVIII e a capela da Misericórdia do séc. XVI com mistura de estilos barroco e neoclássico.






 No decorrer do passeio pela vila constatamos que esta é muito visitada, tanto por portugueses como por espanhóis (especialmente galegos), que vivem do outro lado do rio.
 Esta vila tem um enorme potencial turístico e é um local privilegiado de passagem de peregrinos a caminho de Santiago de Compostela através de uma das duas pontes, a ponte rodo-ferroviária em ferro, estilo Eiffel, inaugurada em 1886. Esta ponte liga as gentes fronteiriças de ambas as margens do rio Minho e testemunha a amizade entre os dois países.






No que se refere à gastronomia o Bacalhau é Rei. Alguns pratos típicos são o Bacalhau à São Teotónio, o tradicional Caldo Verde, uma das 7 maravilhas gastronómicas de Portugal e os Borrachinhos de Valença, uma doçaria única.

Considero que Valença é um magnífico local turístico, uma vez que conciliamos arquitetura religiosa, militar e arquitetónica, com uma bela paisagem natural. O facto desta se encontrar em local fronteiriço com Espanha também é uma vantagem, porque proporciona ao visitante a oportunidade de visitar o país vizinho.


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