Santo Tirso é uma cidade que pertence ao distrito do Porto.
Os vestígios arqueológicos encontrados no concelho permitem concluir que estas terras são habitadas desde a Pré-História. Instrumentos de pedra polida encontrados no Monte da Assunção constituem o testemunho mais antigo da ocupação deste território pelo homem. O castro do Monte Padrão e o de Santa Margarida são magníficos exemplos de povoados fortificados, posteriormente romanizados.
No mosteiro fundado por D. Unisco Godiniz no ano de 978, na sua Vila de Moreira de Riba d'Ave, está a origem do atual concelho de Santo Tirso.
O couto do mosteiro de Santo Tirso foi instituído em 1097 pelo conde D. Henrique, o qual o doou a Soeiro Mendes da Maia. No ano seguinte o couto foi novamente doado, desta vez ao mosteiro beneditino, cujo abade era D. Gaudemiro. Ao mosteiro pertenceram as terras do couto até ao séc. XIX, quando por decreto de António José Aguiar se deu a expropriação dos bens das ordens religiosas. Em 1834, após a retirada dos monges de S. Bento, toma posse a Comissão Municipal interina do futuro concelho de Santo Tirso, a qual fica sediada num dos edifícios do concelho.
Iniciamos a visita à cidade pelo Mosteiro de S. Bento, fundado por Dona Unisco Godiniz no ano de 978 e a sua filiação à Ordem Beneditina data de 1902. A sua traça atual resulta, em grande medida, das amplas obras realizadas no séc. XVII, dirigidas por Frei João Turriano . O seu interior é ricamente ornamentado em talha dourada. O seu estilo, onde se cruzam influências do barroco e do rococó francês alemão, reflete um espírito inventivo e gracioso que a igreja matriz de Santo Tirso transmite em todo o seu esplendor.
Em seguida visitamos o Mosteiro de Roriz, a fundação do Mosteiro de Roriz data de 1070 e é atribuída a D. Toure Sarnão. No ano de 1173 D. Afonso Henriques fez a doação do mosteiro aos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho que, entre o final do sé. XII e inícios do séc. XIII, constroem a Igreja de S. Pedro de Roriz, conhecida hoje como um dos mais belos exemplares da arquitetura românica do Douro Litoral. Depois de uma longa e atribulada história, no séc. XIX, o mosteiro é adquirido pelo Visconde de Roriz ficando a igreja desde essa altura, aberta à comunidade local.
Também visitamos o Mosteiro de Santa Escolástica, um moderno edifício que alberga uma Comunidade Religiosa de Santa Escolástica constituída por freiras que, para além do recolhimento, se dedicam ao fabrico de doçarias " bolachas de Santa Escolástica " O edifício, fundado em 1935, é caracterizado por uma arquitetura tipicamente novecentista.
Outro mosteiro que visitamos foi o Mosteiro de Vilarinho, a Igreja de Vilarinho é de traça românica atribuível ao séc. XII. Pertenceu ao Mosteiro de Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, construído entre 1070 e 1074 por fidalgos da geração dos Fafes. Com a extinção das ordens religiosas este templo passou de novo ao seu antigo estatuto de igreja paroquial.
Em seguida dirigimos para a Igreja de S. Tomé de Negrelos, onde visitamos a Loggia Quinhentista.
Por fim, seguimos para o Monte da Assunção, onde visitamos o Santuário de Nª Senhora da Assunção, localizado numa área arborizada com uma excelente vista panorâmica sobre a cidade de Santo Tirso. Este templo foi concebido pelo arquiteto Korrodi em 1919 para substituir a Capela Velha. Construção de granito, em estilo neo-românico, de planta cruciforme de acordo com os gostos revivalistas da segunda metade do séc. XIX.
A gastronomia e a doçaria do concelho, com especial destaque para os pastéis jesuítas, limonetes, as bolachas conventuais de Santa Escolástica, o Licôr de Singeverga e a produção de vinhos verdes, representam também uma das potencialidades da região.
Concluindo, a memória de Santo Tirso desenvolve-se no domínio cultural, não só pela presença de marcas históricas que registam a ocupação do território e que definem o seu carácter e identidade, mas fundamentalmente da projeção no futuro.
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