14 de novembro de 2010

Paris



Paris é uma das minhas cidades favoritas. Fui a Paris em Junho de 2008 e consegui perceber o motivo de ser considerada a cidade luz. Paris é simplesmente uma cidade espantosa, luminosa e romântica.

Fiquei hospedada no Hotel du Château em Vicennes, não muito perto do centro de Paris, mas tinha metro a dois minutos do Hotel.

Considero a cidade de Paris muito mais encantadora iluminada pela luz da lua que iluminada pelo sol, aproveitamos o dia para visitar os locais mais importantes e de noite voltavamos aos mesmos locais de forma a contemplar os monumentos num outro prisma. Os monumentos de noite têm outro encanto.

Aconselho a fazerem o passeio pelo BatoBus, pelo rio Sena. São deslumbrantes os monumentos que se contemplam nas margens do rio Sena. O Batobus tem paragens nos monumentos principais e podem comprar um bilhete de um dia por 12 euros e passear o dia todo de barco saindo e entrando nas paragens que entenderem.


O primeiro local que visitamos foi o Louvre, chegamos a Paris ao final da tarde e fomos visitar o Museu do Louvre por fora, no dia seguinte de manhã fomos visitar o museu e as suas obras de arte. Fiquei decepcionada com o quadro da Monalisa de Leonardo Da Vinci, pensei que fosse um quadro bem maior.







A construção da pirâmide do Louvre foi parte de um audacioso projeto de revitalização, destinado a preparar o Louvre para o terceiro milênio, e as obras duraram anos. Como parte dos serviços, todo o subsolo do museu foi transformado num shopping, onde pode-se comprar, entre outras coisas, livros, reproduções em diversos tamanhos das principais obras expostas, e ainda fazer uma refeição no Carrousel du Louvre, o sector de alimentação do museu.



No passeio de Batobus fomos até à Ile de la Cité visitar a Notre Dame, catedral de estilo gótico. Adoro esta catedral é belíssima e imponente. É indescrítivel a sensação de entrar na Notre Dame ao som de música Sacra e observar a beleza dos seus vitrais e pormenores góticos, arrepiei-me!







A história da cidade e sua catedral são inseparáveis. Embora a construção desta catedral tenha sido iniciada apenas no século XII, este monumento incorporou-se de tal forma a Paris que parece sempre ter estado ali. Desde a ocupação romana, já havia um templo dedicado a Júpiter neste mesmo local. Alguns séculos mais tarde, com o surgimento do Cristianismo, foi erguida no mesmo endereço uma basílica em estilo romanesco. Apenas em 1163 é iniciada a efectiva construção desta catedral. Na época, Luis VII era o imperador da França, e tinha como objectivo construir uma catedral à altura da importância da França e de sua capital. Em 1182, o coro da catedral já estava pronto e outros elementos arquitectónicos seriam executados com o passar das décadas e séculos seguintes.





Depois de visitar o interior da catedral e suas torres atravessamos em linha recta o largo em frente à Notre Dame, conhecido como Parvis e cheguamos à escada que dá acesso às fundações de Lutecia, a vila que deu origem a Paris. Encontrada graças ao trabalho de arqueólogos, aquelas muralhas e paredes construídas antes de Cristo são o que restou da primeira comunidade construída na Ile de la Cité, pelas tribos Celtas denominadas Parisii.


Ao longo do Sena paramos e visitamos vários monumentos, entre eles o Museu d’ Orsay.



          

Depois continuamos a caminhada por mais alguns metros até o Palais de Justice, prédio governamental cercado por grades e policiais e encontramos a igreja Sainte Chapelle, também de estilo gótico e construída em 1240, muito conhecida pelos seus belíssimos vitrais. Passamos também pelo Hotel de Ville, edifício de estilo Renascentista.




Ao final da tarde fomos ao bairro de Lapin, onde visitamos a igreja de Lapin e a igreja de Saint-Sulpice (nomeada por Dan Brown, no livro "Código de Da Vinci) e de noite percorremos o bairro de Marais.
     


A caminho de Lapin cruzamo-nos com o Centre Pompidou, também conhecido como Beaubourg, estranha estrutura metálica, com estilo futurista. Devido às formas inovadoras, o seu projecto foi muito combatido de início, mas acabou sendo aceite e firmando-se como um dos principais pólos culturais de Paris.

No dia a seguir fomos visitar o Palácio de Versalhes. Como estive apenas 4 dias em Paris, optamos por visitar o palácio de Versalhes, em vez de ir à Disneyland e não me arrependi dessa opção.
Desde 1682, quando Luís XIV se mudou de Paris, até a família Real ser forçada a voltar à capital em 1789, a Corte de Versalhes foi o centro do poder do Antigo Regime na França.
Em 1660, de acordo com os poderes reais dos conselheiros que governaram a França durante a menoridade de Luís XIV, foi procurado um local próximo de Paris mas suficientemente afastado dos tumultos e doenças da cidade apinhada. Paris crescera nas desordens da guerra civil entre as facções rivais de aristocratas, chamada de Fronde. O monarca queria um local onde pudesse organizar e controlar completamente um Governo da França por um governante absoluto. Resolveu assentar no pavilhão de caça de Versalhes, e ao longo das décadas seguintes expandiu-o até torná-lo no maior palácio do mundo. Versalhes é famoso não só pelo edifício, mas como símbolo da Monarquia absoluta, a qual Luís XIV sustentou.

O palácio de Versalhes é deslumbrante e grandioso, acabamos por passar lá o dia inteiro, entre visitar o interior do palácio e os seus grandiosos jardins.





O palácio ainda fica distante de Paris, desta forma tivemos de apanhar um comboio. Na bilheteira da estação do comboio compramos também o bilhete para entrar no palácio, assim evitamos filas.

             






Vários pequenos edifícios foram acrescentados ao parque de Versalhes, incluindo dois palácios independentes, conhecidos como o Grand Trianon e o Petit Trianon, tão famosos e conhecidos em todo o mundo como o próprio palácio de Versalles.

O Grand Trianon foi mandado construir em 1687 por Luís XIV, para servir de refúgio da família Real ao exagerado formalismo do Palácio de Versalhes. Este palácio veio substituir uma outra estrutura que existiu no mesmo local, conhecida como Trianon de Porcelaine e que por ser demasiado frágil acabou por não resistir às intempéries.
As adições ao parque continuaram com a Petit Trianon, o qual foi mandado construir por Luís XV durante a década de 1760 para a sua amante Madame de Pompadour a qual morreu antes da sua conclusão.Viria, então, a ser usado pela sua sucessora, a Madame du Barry. Quando o jovem Rei Luís XVI subiu ao trono deu-o à sua igualmente jovem esposa, Maria Antonieta, para seu uso exclusivo, que irá dotá-lo dum jardim inglês desenhado por Hubert Robert.

Finalmente, foi construída uma outra estrutura conhecida como o Petit hameau, ou Le Hameau de la Reine ("a aldeia da rainha"), localizado nos jardins do Petit Trianon, o qual consistia na recriação de uma pequena quinta Normanda. O Petit hameau foi construído entre 1783 e 1786, segundo desenhos do arquitecto preferido de Maria Antonieta, Richard Mique. Era constituído por casa de quinta, leitaria e moinho. Há poucas dúvidas de que Maria Antonieta e Hans Axel von Fersen tiveram um caso amoroso; os diários de Fersen, em linguagem cifrada, falam de uma “Josefina”, que certamente era Maria Antonieta, e diz que estiveram separados, pois ele estava na América, lutando ao lado das tropas francesas pela independência dos Estados Unidos. A saudade de Fersen foi o maior impacto sobre o quotidiano da rainha. Nessa época, ela transformou parte do Petit Trianon numa réplica das vilas camponesas da França, com casinhas simples, vacas e ovelhas. Dizia-se que aqui, a Rainha e os seus serviçais se vestiam como pastores e criadas de leitaria. Foi recuperado na sua maior parte e reaberto ao público como parte integrante do "Domaine de la Reine".




No quarto dia, iniciamos o nosso percurso visitando Montmartre e a avenida onde se situa o Moulin –Rouge.


Subimos pela estreita e movimentada Rue de Steinkerque até o largo situado na base da colina. As escadarias do bairro de Montmartre conduzem-nos à Paris dos cafés e pintores de rua, concentrados na Place du Tertre e arredores. Neste sítio encontramos a cidade charmosa, que reside no inconsciente de todos nós.

Começamos a visita a Montmartre pela Église du Sacre Coeur. Do alto destas escadarias, em dias claros, tem-se uma boa vista de Paris. Em seguida descemos até à Place du Tertre, o coração de Montmartre. Esta praça é ocupada pelas mesas dos restaurantes em volta e por pintores, trabalhando em meio ao público. Também são frequentes artistas pintando retratos dos turistas, em óleo ou carvão.


Adoro as ruas de Montmartre, consideradas boémias e a Basílica de Sacré-Coeur, situada no ponto mais alto da cidade.




Em seguida descemos para a rua Boulevard de Rochechouart e Boulevard de Clichy. Montmartre, desde os tempos de Toulouse Lautrec, sempre foi o bairro dos boêmios e das casas nocturnas. Assim era e assim continua sendo. Ao longo destas avenidas o que mais se encontra são sexshops e casas de shows eróticos, começando pelas populares até a mais refinada de todas, o Moulin Rouge. Todas as noites o Moulin Rouge apresenta espetáculos com muita música, dança e coreografia. 

Nesse mesmo dia percorremos a avenida de Champs – Elysées, almoçando nessa mesma avenida, no restaurante “Chez Clément”. Jamais pensei em almoçar na avenida dos Champs – Elysées, pensando sempre que os preços por refeição eram exorbitantes, mas paguei apenas 15 euros por pessoa, com prato, bebida e sobremesa, a comida estava muito bem confeccionada.

A Avenue Champs Elysées é a principal da cidade. Ela estende-se por aproximadamente quatro quilômetros, ligando, na extremidade a oeste, o Arco do Triunfo (situado na Place Charles de Gaulle) até, na extremidade leste, o largo conhecido como Place de la Concorde.

O arco do triunfo foi construído em comemoração às vitórias militares de Napoleão Bonaparte, o qual ordenou a sua construção em 1806. Inaugurado em 1836, a monumental obra detém, gravados, os nomes de 128 batalhas e 558 generais. Em sua base, situa-se o Túmulo do soldado desconhecido (1920).



                                                                  
Ao longo da avenida Champs Elysées estão dezenas de lojas, restaurantes, galerias, lojas de fast food, e principalmente, um variadíssimo público. Esta é a principal passerelle de Paris. Depois de atravessar o largo conhecido como Rond Point a avenida passa a ser ladeada por um agradável jardim, com diversos quiosques. Podemos fazer uma pausa e aproveitar para visitar os belos prédios do Grand Palais e Petit Palais, sempre com óptimas exposições.

Voltando ao Champs Elysées e continuando a caminhada pelo jardim chega-se à Place de La Concorde, outro dos pontos nobres de Paris. Durante a revolução francesa aqui eram executados os condenados à guilhotina, e por isso seu primeiro nome foi Place de la Revolution. Este é um ponto nevrálgico da cidade, e está sempre cercado por um trânsito frenético e dezenas de Bus turísticos, despejando centenas de visitantes por hora no coração da cidade.. O ponto central da praça é Obelisco Luxor, relíquia milenar trazida da antiga cidade Egípcia de mesmo nome, e em frente ao mesmo, uma bela fonte ornamentada com esculturas pintada em dourado e verde. A pouca distância daqui fica também o Palácio Presidencial Francês, conhecido como Palais de l’Elysée.



Depois de atravessar a Place de la Concorde chegamos aos portões de entrada do Jardin des Tuilleries. Aqui temos duas alternativas, podemos cruzar os portões e seguir caminhando pelos belos jardins deste parque, ou então seguir pela rua paralela, a badalada Rue de Rivoli.



Quase no final do dia voltamos à Torre Eiffel, para subir à mesma e contemplar as vistas da cidade ao final da tarde. Numa das viagens pelo Batobus, já tínhamos ido à Torre Eiffel, contudo decidimos voltar num final da tarde para contemplarmos o pôr-do-sol, no alto da torre. 

Gustave Eiffel foi o engenheiro responsável pelo projecto e construção da Torre Eiffel, derrotando cerca de outros 700 projectos no concurso organizado pelo governo, visando escolher um grande símbolo para homenagear os 100 anos da revolução francesa. A torre tem 300 metros de altura, pesa sete mil toneladas, tem 1652 degraus da base ao topo, e foi montada tal como um gigantesco quebra cabeças em três dimensões, com quase vinte mil peças e dois milhões e meio de rebites, todos em aço. Apesar do imenso peso próprio, a distribuição de esforços e cargas na estrutura é tão equilibrada e bem distribuída que até hoje o projecto do engenheiro Eiffel causa admiração aos calculistas estruturais.




Quase demolida em 1909, foi somente no ano seguinte, quando demonstrou sua utilidade como base da antena de telégrafo de Paris, que a torre Eiffel conseguiria escapar de demolição. A partir de 1918 seria usada também como base das antenas de rádio, e a partir de 1957, de televisão. Hoje causa surpresa imaginar que o mais amado e conhecido símbolo de Paris tenha escapado por pouco da demolição, pois todo ano a torre é visitada por cerca de seis milhões de turistas vindos de todos os cantos do mundo, e as suas miniaturas estão entre as lembranças mais requisitadas pelos turistas.
                                                                                            

Paris está repleta de revelações, em cada bairro, em cada rua, em cada esquina. Considero-a uma  cidade deslumbrante, a sua luz ilumina a serenidade instalada no meu espírito.

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