24 de maio de 2011

Sevilha


Sevilha é a quarta maior cidade da Espanha e é considerada a capital da Andaluzia.

Visitei Sevilha na Primavera do corrente ano e fiquei deslumbrada com a riqueza cultural desta cidade.

Ao longo da visita a esta magnifica cidade constatei que estava a percorrer o coração da cultura andaluza, centro universal da tauromaquia e do flamenco.

Esta cidade viu a glória do Império Romano, a luxuosa sofisticação da cultura muçulmana e a reconquista da Espanha por Fernando e Isabel. A reconquista de Sevilha pelos cristãos propiciou a construção de uma das maiores e mais extraordinárias catedrais do mundo, a Catedral de Sevilha.

Iniciamos a visita na margem leste do rio Guadalquivir (o maior rio de Sevilha). Começamos por percorrer o Parque Maria Luísa um vasto espaço verde cheio de caminhos que se cruzam, aves a nadar nos lagos e palácios ocultos por detrás da folhagem das árvores. O verde das árvores, o cheiro das flores, o som das charretes a vaguearem pelos trilhos do parque e o calor do sol a penetrar na pele preencheram-me a alma.




Quase no final do parque deparamo-nos com um momento majestoso, a Plaza de Espanha, cuja forma em meia-lua é percorrida por charretes. A maior parte destes edifícios foram construídos para a Exposição Ibero-Americana de 1929. Os barquinhos a flutuarem, as charretes a deambularem, o movimento da praça e o majestoso monumento em forma de meia-lua fazem com que este espaço se torne sumptuoso.





Em seguida percorremos a avenida central até chegar à zona histórica da cidade. Nesse trajecto apreciamos monumentos grandiosos e praças emblemáticas.




Passamos pelo Arquivo das Índias, que foi fundado no ano 1660. É um belíssimo edifício com 2 pisos e um pátio central. Apresenta uma grande quantidade de informação e documentos dessa altura, entre os mais conhecidos, encontra-se o diário de Colombo.

Ao lado do Arquivo das Índias deparamo-nos com os dois monumentos mais famosos da cidade: o Alcázar e a Catedral de Sevilha, com a sua Torre Giralda.





A catedral é uma visão majestosa e impressionante. O túmulo de Cristóvão Colombo encontra-se no seu interior. Outra das suas atracções é a Torre Giralda o minarete da antiga mesquita, cuja parte inferior data do século XII. Trata-se de um maravilhoso exemplo de arquitectura Almohad, com um acrescento tardio de arquitectura renascentista. Não deixamos de subir até ao topo da torre, a uma altura de 98 metros. O acesso é por rampas de pedras, sem degraus, por onde cavalos levavam visitantes ilustres em eras passadas. Não é das subidas mais árduas, e os panoramas da cidade que se descortinam pelas janelas mais do que justificam o esforço. A imensa Catedral foi consagrada como tal na primeira metade do século XIII, quando Sevilha foi reconquistada pelos cristãos, e erguida no estilo predominantemente gótico dos séculos XV e XVI.







Este grande edifício gótico foi declarado Monumento Nacional, mas depois também foi declarado Património da Humanidade. A Capela de Santo António, a Capela da Virgem e o Altar Maior são umas das zonas mais visitadas.

O Alcázar situa-se ao lado da catedral. Os governantes mouros começaram a construção deste deslumbrante palácio e depois os reis católicos de Sevilha terminaram as obras quando expulsaram os Mouros. Os edifícios foram concluídos segundo uma estética mourisca e os reis contrataram operários muçulmanos para terminar a construção.








Considero este palácio de uma beleza inquestionável, os traços muçulmanos que nele permanecem conduzem-nos para uma realidade cultural distinta das que estamos habituados a viver.

A atracção deste palácio não passa apenas pelo monumento em si, mas também pelos jardins com inúmeras laranjeiras e fontes.

O conjunto histórico formado pelo Alcázar, pela Catedral e pelo Arquivo das Índias (onde estão guardados milhares de documentos relativos aos Descobrimentos) é considerado Património da Humanidade pela Unesco.

Outro fantástico exemplo de arquitectura mourisca em Sevilha é a Casa de Pilatos, dos séculos XV e XVI, residência de nobres que combina de maneira sumptuosa a arquitectura moura com a gótica e a renascentista. Localizada em uma das ruelas do bairro Santa Cruz, a Casa de Pilatos é considerada a "protótipo" dos palácios andaluces. Os muitos trabalhos em azulejo e belos jardins são as principais atracções deste palácio.






Não deixamos de visitar o Bairro Santa Cruz para saborear o contraste de culturas, onde o antigo bairro judeu (judiaria) tem imensas praças repletas das famosas laranjeiras de Sevilha. Este antigo bairro assistiu a muito infortúnio no passado, mas é hoje um excelente sítio para repousar ou passear.



O Bairro Santa Cruz é considerado um espaço romântico, devido às suas casas com fachadas brancas, varandinhas de ferro trabalhado cheias de flores, ruazinhas estreitas e sinuosas e encantadores pátios.

O bairro está repleto de esplanadas que servem as típicas tapas e proporcionam aos visitantes um momento ao ar livre num dos sítios tradicionais da cidade.

Outra das atracções da cidade é o passeio ao longo da margem do rio Guadalquivir, no bairro de El Arenal, apreciando a torre de vigia do rio – a Torre del Oro (Torre do Ouro), construída pelos Mouros e usada mais tarde como prisão e armazém para os tesouros trazidos das Américas.

Outro dos locais imperdíveis é o bairro de Triana para se desfrutar de um espectáculo de flamenco em El Arenal, correndo os bares de tapas locais. As tapas são uma tradição culinária muito antiga da Andaluzia e de Sevilha.

No final do passeio visitamos as muralhas e a porta de Sevilha, que nos reportam para a história da cidade.




Considero que conhecer Sevilha é penetrar nos seus bairros e nos seus magníficos monumentos desfrutando desse momento.

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