Existem diversas explicações para o surgimento da aldeia de Piodão.
Uma das explicações é a seguinte : D. Dinis, cujo cognome é de “O Lavrador”, terá mandado uma pequena população de indivíduos para povoarem o sopé da montanha. Isto devido ao facto de que esta figura histórica mostrou em toda a sua vivência gosto pelo cultivo dos terrenos.
Ao fixar essa população estava a contribuir para o desenvolvimento de uma população, a qual terá dado origem ao Piódão.
Uma das outras explicações é que, devido à sua localização geográfica, o Piódão terá servido de refúgio a malfeitores e assassinos. Como exemplo destes, temos João Brandão ou Diogo Lopes Pacheco, o único dos assassinos de D. Inês de Castro que, apesar de perseguido pela ira de D. Pedro, conseguiu fugir para as terras da Galiza por onde terá andado a vaguear durante algum tempo.
Posteriormente conseguiu entrar novamente em Portugal e terá provavelmente fixado na Serra de S. Pedro do Açor, ou seja, no Piódão.
Existe um número elevado de pessoas com os sobrenomes Lopes e Pacheco, o qual se explica pela passagem de Diogo Lopes Pacheco por estas terras e onde terá procriado.
Numa terceira explicação sobre a origem da aldeia diz que, no início da ocupação, as populações se instalaram no fundo do vale num local virado para nascente, o qual é designado por casas Piodam, vindo mais tarde a mudar-se para outro lado da encosta, onde se encontra actualmente.
Por último, tomámos conhecimento de que a aldeia também poderia ter surgido devido ao facto de uma existência, em tempos, de uma estrada que ligava Coimbra a Covilhã.
Esta estrada servia para passarem os almocreves. Estes aproveitavam a Catraia de S. Pedro, que se situa a 1250 metros de altitude, para descansarem e fazerem a troca das suas bestas. Devido a esta paragem, eles talvez descessem a encosta e talvez se fixassem no local da actual aldeia.
Piódão pertenceu ao Concelho de Avô, até à extinção deste, em 1855, passando a integrar-se no de Arganil a partir desse momento.
Em 1885, foi colocado na freguesia do Piódão o padre Manuel Fernandes Nogueira, o qual tinha apenas 25 anos. Este, isolado do seu meio e da sua cultura, não desanimou e fez algo inovador pela freguesia. Fundou o Seminário – Colégio em 1886 que preparava os jovens para os estudos universitários e mais frequentemente, para a vida eclesiástica. E ali ensinava, quase sozinho, todas as disciplinas do curso preparatório do seminário. A qualidade de ensino do Colégio atraiu centenas de jovens oriundos dos mais diversos concelhos do país.
Este colégio extinguiu-se em 1906. Em honra do cónego Manuel Fernandes Nogueira, ergue-se na praça um busto.
A acção do cónego deu-se tanto a nível da agricultura como da silvicultura, criando na população laços estreitos de vida comunitária e participando activamente no desenvolvimento económico da freguesia.
Deste colégio restam apenas alguns vestígios pois no local onde este se situava, foram construídas as escadas que nos levam à Igreja Matriz.
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