Esta é uma história baseada em factos reais. Os três nobres que assassinaram D. Inês de Castro refugiaram-se em Castela, após os fatídicos acontecimentos. O Rei de Castela considerou que o crime cometido em Portugal não lhe dizia respeito e acolheu-os com honras de grandes senhores e garantiu-lhes protecção. Com a morte de seu pai, D. Pedro subiu ao trono e jurou vingar a morte da sua amada Inês. Propôs então ao Rei de Castela um pacto: trocariam entre si criminosos fugidos à justiça. O Rei aceitou o pacto a mandou prender e entregar a D. Pedro os homens a quem tinha garantido protecção. No entanto um deles, Diogo Lopes Pacheco, logrou escapar de tal sorte. Ajudado por um pobre mendigo, de seu nome Garcia, a quem tinha em tempos ajudado e dado protecção, que o avisou da combinação entre Castela e Portugal, conseguiu enganar os guardas que em vão o procuraram. Assim que soube que o Rei de Castela procurava o seu amigo, Garcia partiu ao seu encontro. E assim que o avistou, depois de lhe contar o que se passava, contou-lhe do seu plano para que pudesse escapar. Por conselho do pobre Garcia, o nobre trocou as suas faustosas roupas de caça por velhos farrapos, aos quais sobrepôs um hábito de frade. Com o capuz pela cabeça, seria impossível reconhecê-lo. E devia partir, na companhia de almocreves, fingindo pedir esmola. O nobre achou o plano brilhante, notável, de tão simples. Antes de partir, porém, depositou nas mãos de Garcia, um punhado de moedas de ouro, dizendo-lhe que ele seria, por certo, o único amigo verdadeiro que tinha nesta vida. E partiu. Partiu rumo a uma encosta inacessível de um vale isolado, onde só de longe em longe apareciam pastores ou fora-da-lei. Diz a lenda que é nesse lugar que se ergue a aldeia de Piódão e que quem lá vai mesmo que não conheça estas histórias antigas sente mesmo assim, o envolvimento numa atmosfera cheia de segredos.
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