6 de março de 2012

Póvoa do Varzim


Póvoa de Varzim é uma cidade do distrito do Porto, situada numa planície costeira arenosa, a sul do Cabo de Santo André, a meio caminho entre os rios Minho e Douro.

Varzim deriva do vocábulo romano-lusitano Euracini. A transformação foi-se operando ao longo dos séculos através de uma série de fenómenos linguísticos. Segundo o investigador da história local, Viriato Barbosa, Euracini "...era o senhor ou proprietário do solo em que hoje está situada, total ou parcialmente a Póvoa de Varzim”.

As primeiras populações fixaram-se no seu território entre quatro a seis mil anos atrás. Por volta de 900 a.C., a instabilidade na região levou à fundação de uma cidade fortificada. O mar sempre teve primazia na sua cultura e economia, primitivamente através do comércio marítimo, depois com a pesca e, consequentemente, tornou-se no principal porto de pesca do Norte de Portugal em pleno século XVIII.






Em 1308, o rei D. Dinis passou uma carta de foral, doando o reguengo aos 54 casais de Varazim (como era chamada nesta altura) ; estes teriam que fundar um tipo de vila medieval conhecido como Póvoa. Em 1312, D. Dinis doou a vila ao seu filho bastardo Afonso Sanches, senhor de Albuquerque, e este incluiu-a no património do convento de Santa Clara, que acabara de fundar em Vila do Conde. Em 1514, no quadro da reforma dos forais, o rei D. Manuel I concedeu um novo foral à Villa da Povoa de Varzim. A vila ganhou uma casa do concelho, praça pública e pelourinho, e envolveu-se nos descobrimentos portugueses.





No século XVII, o negócio da salga de peixe desenvolveu-se bastante, o que leva a que, um século depois, a Póvoa se transforme na maior praça de pescado do norte do país, abastecendo até mesmo as províncias do interior com um batalhão de almocreves. Como resultado, os poveiros ficaram reconhecidos na região como "o povo que mais trabalhava e melhor conhecia o mar”.


A Póvoa de Varzim é, normalmente, lembrada por causa de Eça de Queirós, um dos principais escritores em língua portuguesa e destacado romancista europeu que ali nasceu na Praça do Almada em 1845.

Esta cidade orgulha-se dos seus monumentos ostentando legados patrimoniais como a Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição do século XVIII; o monumental Aqueduto do século XVIII de 999 arcos que levavam água para o Mosteiro de Santa Clara em Vila do Conde; o Pelourinho do século XIX; a Barroca Igreja Matriz (século XVIII); o edifício dos Paços do Concelho do século XVIII ou a igreja do Sagrado Coração de Jesus.





A fortaleza de Nossa Senhora da Conceição foi edificada no local onde outrora o existiu o «Forte de Torrão» (já referenciado em 1685), a sua construção, que visava a defesa dos ataques de pirataria, iniciou-se no reinado de D. Pedro II, em 1701, mas só seria concluída com D. João V, em 1740. Foi batizada com o nome de Imaculada Conceição, cuja imagem se venera numa pequena capela, de abóbada de cantaria e retábulo de talha dourada.



Depois de percorremos as ruas da cidade e nos depararmos com várias atrações, dirigimo-nos para a costa, onde passeamos à beira mar e desfrutamos da brisa presente naquelas belas praias.

A nossa visita pela Póvoa não se limitou ao centro da cidade, mas também visitamos as atrações presentes nas outras freguesias da cidade.

Assim dirigimo-nos para Terroso, onde visitamos a Cividade de Terroso, uma das mais importantes estações arqueológicas da Cultura Castreja no Noroeste Peninsular. Situa-se numa elevação com cerca de 153 m de altitude, onde se regista um longo período de ocupação (séc. VIII a.C. – séc. III d.C.) e que forneceu já importantes elementos de estudo para a história dos povos castrejos e da implantação romana.





Em seguida, dirigimo-nos para Amorim. Amorim deriva do latim, e significa local de namoro/namorados. Os sobrenomes/apelidos portugueses "Amorim" e "Morim" têm origem nesta freguesia antiga, e estão entre os nomes mais comuns na cidade, mas em especial nesta freguesia.

Amorim é popular na Póvoa de Varzim devido ao seu pão, caracteristicamente consumido a altas temperaturas, logo após ser cozinhado - a Broa de Amorim.

Passeamos por esta freguesia e visitamos a sua igreja Matriz.



Outro ponto turístico da cidade da Póvoa do Varzim é a freguesia de Rates. Esta é uma pequena vila histórica que se desenvolveu em volta de um mosteiro fundado em 1100 por Henrique da Borgonha, conde de Portucale, por cima de um templo mais antigo, com evidências estruturais da época da romanização; ganhou importância devido à lenda de São Pedro de Rates, primeiro bispo de Braga, tornando-se num local central no Caminho Português de Santiago.




O milenar mosteiro, conhecido como Igreja de São Pedro de Rates, é um dos principais monumentos românicos em Portugal e encontra-se classificado como monumento nacional. Este templo teve na sua origem uma capela modesta da época da Reconquista que foi reedificada nos finais do séc. XI, por iniciativa de D. Henrique e de D. Teresa. O edifício condal conhece novos voos no tempo de D. Afonso Henriques, quando se inicia a construção da atual igreja no séc. XII, tendo as obras terminado um século mais tarde. De construção pesada, feita de granito, tem poucas aberturas, uma delas, a rosácea, na parte superior da fachada.





Por fim, visitamos o Monte de S. Félix, este é o ponto mais elevado da Serra de Rates. Daí se pode admirar a poente, a planície litoral com o oceano a emoldurar o horizonte e, a nascente, a ondulada e verdejante região interior.




 No sopé deste maravilhoso miradouro, encontra-se a igreja de Nossa Senhora da Saúde e, no cume, moinhos, alguns deles transformados em residência de férias, para além da capela de São Félix e da Estalagem do mesmo nome.





Adoro este local e como se encontra no distrito do Porto, são várias as visitas que realizamos a este monte, nomeadamente ao final da tarde onde contemplamos o pôr-do-sol envoltos pela magia que este local nos proporciona.






No que se refere à gastronomia do concelho da Póvoa de Varzim tem duas facetas bem distintas. De um lado, as ricas influências minhotas e, no outro, a originalidade da classe piscatória poveira.

Esta cidade presenteia-nos com história, tradição, um belo património arquitetónico e arqueológico e magníficas praias.

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