Sabrosa é uma vila portuguesa do Distrito de Vila Real. Esta está situada na fantástica região demarcada do Vinho do Porto, conhecida por ser o berço do navegador do século XV, Fernão de Magalhães.
A 14 de Dezembro de 2001, a UNESCO integrou o Alto Douro Vinhateiro na lista de locais considerados património mundial, englobando áreas do município de Sabrosa.
Apesar de somente ser Concelho desde 1836, todo o território de Sabrosa está pejado de vestígios da ocupação de diferentes povos e culturas, sendo alguns dos mais antigos os que remontam à Pré-história recente.
Foi precisamente durante este período que se construíram as dezenas de mamoas, estruturas funerárias neolíticas, que foram identificadas neste território e das quais se destaca a Mamoa 1 de Madorras, na Serra da Padrela (Arcã), pela sua monumentalidade e qualidade de preservação.
Também a, vulgarmente chamada, cultura castreja (Idade do Ferro) deixou vestígios na forma de castros, como o da Sancha ou Castelo dos Mouros, em Sabrosa e o Castro de S. Domingos de Provesende, localizados em sítios com boa visibilidade e boas defesas naturais que eram depois reforçadas com a construção de fossos e várias ordens de muralhas.
O Castro de Sabrosa terá sofrido ainda um processo de romanização, atestado pelo espólio encontrado do qual se destacam algumas moedas e uma epígrafe dedicada a Júpiter. No Concelho existia ainda um cemitério lusitano-romano localizado na Freguesia de Provesende (Quinta da Relva), classificado como património de interesse público, mas destruído nos anos 50 por um arroteamento do terreno para plantação de uma vinha.
A maioria das povoações pertencentes ao Concelho de Sabrosa remontam à Idade Média, pertencendo assim a concessão dos respetivos forais ao início da dinastia Afonsina, embora as suas origens sejam anteriores a 1143 (Fundação de Portugal), como é o caso de Provesende. Deste período restam ainda algumas sepulturas paleo-cristãs escavadas na rocha, localizadas na proximidade dos seguintes locais: Arcã, Vilar de Celas, Paredes, Provesende e Donelo.
Em Sabrosa encontramos vários solares que pertenciam aos grandes senhores da produção vinícola. São exemplo o Solar da família Barros Lobo, que alberga hoje a Câmara Municipal, a Casa dos Canavarros, a da Comba, a do Navegador, a do Largo com as belas janelas manuelinas, entre tantas outras.
Para além das paisagens deslumbrantes da região, vale também a pena conhecer mais do Património construído de Sabrosa, com destaque para a Igreja Matriz em estilo barroco datada do século XVIII, construída no local da anterior Capela de Fernão de Magalhães, albergando um valioso espólio de Arte Sacra.
Como concelho transmontano que é, também em Sabrosa, se pode apreciar a boa gastronomia de onde se salientam o Cabrito assado com arroz de forno, o cozido à portuguesa, a bola de carne, os enchidos tradicionais, o pão-de-ló, as cavacas altas e as cavaquinhas e naturalmente os excelentes vinhos do Douro e vinhos do Porto.
Mesmo no centro da vila encontramos uma padaria/pastelaria que vende a bola tradicional de Sabrosa que eu considero uma delícia.
Não percorremos apenas a vila de Sabrosa, mas também visitamos algumas das freguesias do concelho, que em próximos post´s vou ter oportunidade de descrever.
Sabrosa é rica em tradição, em património e acima de tudo em paisagem natural.
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