4 de março de 2012

Mogadouro



Mogadouro é uma vila do Distrito de Bragança, é terra de grandes tradições e berço de ilustre gente.

Diz-se que o nome de Mogadouro tem origem árabe - Macaduron. No tempo da Reconquista Cristã, Mogadouro foi também lugar de defesa nas lutas entre cristãos e muçulmanos. A posição de Mogadouro é mais clara na alvorada da nacionalidade e teve uma ação preponderante na consolidação do Condado Portucalense.

 O Rei D. Afonso III deu foral a Mogadouro no ano de 1272 e 1273.

 A nobre Família dos Távoras teve uma grande influência no desenvolvimento cultural e económico da vila, pois sendo seus senhores tudo fizeram nesse sentido. Proscritos do reino, confiscados seus bens e depurados nas pessoas, os Távoras desapareceram para sempre e, Mogadouro ficou privado do desenvolvimento económico e cultural. Por aqui passaram Celtas, Visigodos e Romanos. Foi poiso dos Templários e guarda importantes vestígios históricos.

Realizamos uma visita a esta bela vila e contemplamos o seu Castelo, monumento nacional do séc. XVII, o Castelo de Penas Roias que pertenceu à Ordem dos Templários, o Convento de São Francisco, provavelmente do séc. XVI, o miradouro de São Cristóvão e a Quinta da Nogueira, antiga propriedade da família Távoras.



 Não deixamos de visitar, em Mogadouro, as várias igrejas, capelas e casas senhoriais, classificadas como Imóveis de Interesse Público. Como património natural e paisagístico destaque-se o Vale do Sabor.





No que se refere ao seu castelo a sua construção terá ocorrido por em 1160, para em 1297, já no reinado de D. Dinis, serem reforçadas as suas defesas. Com a extinção da Ordem dos Templários, em 1311, o castelo passou para a Ordem de Cristo.





Desde o século XV, que este castelo passou a pertencer aos Távoras, teve um papel importante durante a Guerra da Restauração da independência portuguesa, já no século XVII. Com a eliminação dos Távoras, acusados de traição, no reinado de D. José, o castelo foi abandonado e a ruína tomou conta dele.




 Depois de percorremos ao centro histórico da vila de Mogadouro dirigimo-nos para Penas Róias onde visitamos o castelo situado nessa mesma freguesia, um castelo medieval que assenta atualmente num cabeço sobranceiro à atual povoação. Este é uma fortaleza medieval que foi pertença dos Templários, mas que atualmente se resume a pouco mais que uma torre alcantilada.




Seguidamente, dirigimo-nos para a Quinta da Nogueira, saliento que foi difícil encontrarmos esta quinta, antiga propriedade dos Távoras e os caminhos que percorremos estavam em muito mau estado, caminhos propícios para Jipes, o que não era o nosso caso que seguíamos num carro ligeiro.

Correm várias histórias acerca desta quinta, sabe-se que pertenceu aos Távoras. Diz-se que, na sequência da perseguição movida a essa nobre família pela Coroa, esta propriedade teria sido "nacionalizada". E após as Invasões Francesas teria sido dada pelo rei ao Duque de Wellington, que, por sua vez, a deu a um seu ajudante de campo, de apelido Dagge. Segundo esta versão, um descendente deste Dagge teria perdido a quinta ao jogo para os antepassados dos atuais possuidores. Contudo, estes factos podem não ser verídicos e pouco se sabe sobre esta quinta perdida no seio da natureza.

Ao percorremos aqueles caminhos estreitos e com piso incerto, quase desistíamos de visitar esta propriedade quando ao longe avistamos o Monóptero de S. Gonçalo. Aqui constatamos que já tínhamos chegado ao nosso destino e que realmente o esforço e os solavancos tinham valido a pena, uma vez que estávamos perante um monumento único na Península Ibérica, dentro do seu género. O Monóptero de S. Gonçalo é um pavilhão erigido pela família dos Távoras, outrora senhores desta região, em homenagem a S. Gonçalo, patrono dos caçadores.



Já anoitecia quando deixamos esta quinta imensa repleta de vegetação e perdida no tempo.

Sendo a gastronomia um fator que nos atrai em cada região não deixamos de saborear os enchidos regionais, a posta e os doces da região.

Mogadouro é um concelho eminentemente rural, de uma beleza agreste e doce, povoado de gente afável.


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