Ovar é uma cidade do distrito de Aveiro. Esta tem uma localização privilegiada, e a sua proximidade com o mar, onde se encontram maravilhosas praias, e com a Ria de Aveiro, aumentam consideravelmente a população na época de veraneio.
A etimologia da palavra prevê-se que derive do verbo "ovar", dado a multidão de aves que desovavam e criavam na região.
Nos séculos XVIII e XIX destacou-se pela atividade piscatória, tendo os seus pescadores povoado grande parte do litoral português, fundado a Torreira, As Areias (São Jacinto), Espinho, e fixando-se ainda na Afurada, na Caparica, em Olhão, Paramos e no Ribatejo.
Foi em Ovar que Júlio Dinis redigiu "As Pupilas do Senhor Reitor" e esboçou "A Morgadinha dos Canaviais".
No concelho de Ovar tivemos oportunidade de descobrir os múltiplos encantos das belas praias atlânticas, onde se confundem o azul do mar, o amarelo do sol e o verde dos pinhais.
Também desfrutamos da ria, com as suas deliciosas águas mornas, um verdadeiro convite à tranquilidade. Na ria admiramos os característicos moliceiros, embarcações de linhas elegantes, cores garridas e proa alta e curva que eram utilizadas para apanhar o moliço.
Passeamos pelas ruas da zona histórica da cidade para usufruir das características fachadas, revestidas de azulejos do século XIX e XX - motivo pelo qual Ovar é considerada Cidade Museu do Azulejo.
No centro da cidade também visitamos a Igreja Matriz de Ovar. Um edifício do último quartel do século XVII, que sofreu inúmeras remodelações, até aos nossos dias. Num pequeno nicho da fachada, revestida a azulejo em 1927, encontra-se uma imagem, de calcário, do padroeiro S. Cristóvão, que data de finais do século XV, sendo a peça mais antiga do conjunto.
Também nos dirigimos a Válega para visitar a sua igreja Matriz, que tem como titular Santa Maria. A sua construção foi iniciada em 1746, tendo-se as obras arrastado por mais de um século. O edifício espaçoso e altaneiro apresenta frontaria com torre integrada à esquerda. O retábulo principal, do século XVIII, merece destaque, além da pia baptismal – a peça mais antiga dos começos do século XVI - executada em pedra ançã. No interior sobressaem as intervenções do século XX, nomeadamente, os tetos em madeira exótica, custeados pela Família Lopes e os exuberantes revestimentos em azulejo - da Fábrica Aleluia de Aveiro - além dos vitrais – de Madrid - doados pelo Comendador António Maria Augusto da Silva, que impôs as temáticas e a policromia.
Considero o interior desta igreja belíssimo, as cores presentes espelham vida e esperança.
Relativamente à gastronómica, destacam-se o pão-de-ló de Ovar - o "ex libris" da cidade, com tradição de mais de dois séculos -, e a doçaria conventual, onde pontificam os ovos moles e a rosca de ovos. Sendo terra de gentes do mar, os pratos de peixe são típicos, com destaque para as caldeiradas de peixe e de enguias.
Uma das melhores épocas para visitar Ovar é em Fevereiro, quando se celebra o famoso Carnaval de Ovar, referenciado como o melhor de Portugal, sendo também reconhecido a nível internacional, o que o torna num grandioso cartaz turístico por excelência.
Considero Ovar um local aprazível que espelha tranquilidade.
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