Tarouca é uma cidade que pertence à comarca e Diocese de Lamego e ao distrito de Viseu, é chamada de “Vale encantado”.
A história da cidade de Tarouca, como, aliás, de todo o Concelho, não deixa dúvidas quanto à sua importância no contexto regional e mesmo nacional.
Tarouca teve uma preponderância fora do comum ao longo da Idade Média com relevo nos alvores da fundação da nacionalidade. Nesse período Tarouca foi cabeça de um distrito que atingia os rios Paiva e Távora, absorvendo, após o século XI, as Terras de Caria.
A primeira referência escrita a Tarouca reporta-se ao séc. VI. Tarouca era, então, uma das seis paróquias da Diocese de Lamego, ocupando uma vasta área que se estendia até ao Rio Paiva.
Em 1057 o seu castelo foi definitivamente conquistado aos mouros por Fernando Magno, Rei de Leão.
O início da nacionalidade está intimamente ligado a Tarouca, quer pelo nosso primeiro rei, cuja figura está associada à construção do Mosteiro de S. João de Tarouca, quer ainda por Egas Moniz que foi Senhor da Honra de Dalvares e cuja esposa, Dona Teresa Afonso, mandou erigir o Convento de Santa Maria de Salzedas. Paio Cortês, monteiro-mor de D. Afonso Henriques, foi Senhor da Honra de Gouviães.
Tarouca é um município onde a magia e a memória dos tempos medievais sobrevivem nos monumentos, na alma das populações e no mistério de lendas e tradições que atravessam gerações. Aqui o património é vasto, riquíssimo e carregado de História.
Iniciamos a nossa visita pelo centro da cidade onde visitamos a Igreja São pedro de Tarouca. Na estrutura da igreja, são visíveis pormenores do estilo românico, de transição para o gótico. O interior é simples, formado por nave única e coberta por teto de madeira. A capela-mor possui uma cobertura composta por trinta painéis pintados do século XVII, tendo ainda um retábulo barroco em talha dourada. Foi provavelmente o primeiro mosteiro Cisterciense em Portugal.
Depois de visitarmos a igreja passeamos pelo centro histórico da cidade.
E seguida, dirigimo-nos ao Miradouro do Cristo Rei, um lugar de crescente devoção popular e foi recentemente objeto de diversos melhoramentos com vista a dotar o espaço de melhores condições para a liturgia e convívio.
Um dos ex-libris da cidade é o Mosteiro de São João de Tarouca, inicialmente foi um ermitério mas, em 1152, após a vitória de D. Afonso Henriques sobre os mouros em Trancoso, foi lançada a primeira pedra da igreja conventual cisterciense. O mosteiro foi o primeiro a ser construído no país pela Ordem de Cister.
O dormitório novo e torre sineira foram construídos no século XVI. A última fase das obras de ampliação do mosteiro decorreu no século XIX. Em 1938 seriam restaurados os retábulos, nomeadamente o de São Pedro, atribuído a Grão Vasco.
A igreja de São João de Tarouca pela admirável escultura, pelos seus quadros formosíssimos, azulejos e túmulos históricos, é, sem dúvida, uma das mais notáveis do país. A fundação deste templo data do princípio da monarquia (1157). Nesta igreja repousa D. Pedro Afonso, um dos filhos bastardos do rei D. Dinis, num enorme sarcófago em pedra de granito encimada pela estátua jacente e decorado com cenas de caça.
Fiquei impressionada com a beleza do seu interior, quando me deparei com tal obra de arte pensei que estava perante um museu. Não é fácil encontrar esta igreja aberta, porque da primeira vez que visitei este monumento não consegui visitar o interior da igreja, numa segunda visita tive a sorte de a encontrar aberta.
Outro Mosteiro emblemático de Tarouca é o Mosteiro de Santa Maria de Salzedas pertencente à Ordem de Cister, data do século XII, e o seu espaço foi doado pela mulher de D. Egas Moniz.
Sofreu obras de ampliação nos séculos XVI, XVII e XVIII, nomeadamente ao nível da fachada e dos claustros.
O Mosteiro surpreende-nos no meio do casario do pequeno burgo, que se formou em seu redor, e a sua imponência está marcada por vários estilos decorativos que foi acumulando ao longo do tempo, desde o românico até a um mais tardio, o barroco.
Classificado como Monumento Nacional é mais um exemplar da Ordem de Cister. Chegou a ser um dos mais ricos mosteiros portugueses, detentor de uma biblioteca notável. Atualmente representa um ponto de visita incontornável pela história e riqueza estilística que encerra.
Também visitamos a Ponte e Torre fortificada de Ucanha, que vou descrever no próximo post.
Depois de visitarmos os monumentos da cidade desfrutamos da sua gastronomia, a Gastronomia de Tarouca, tal como a Duriense, é bastante rica e diversificada, refletindo toda a imponência cultural de toda esta região. Alguns dos pratos típicos de Tarouca são: Caldo de castanha, arroz de pato à moda de Lafões, bola de carne em vinho de alhos, trutas do Varosa, bolas de presunto, broa de milho, falachas de castanha, sarrabulho doce com nozes e bolinhos de mel.
Visitar Tarouca é partir à descoberta do passado, ao encontro de histórias, lendas e mistérios de outros tempos, vestígios arqueológicos, joias arquitetónicas, recantos e paisagens naturais de beleza inigualável.
Sem comentários:
Enviar um comentário