Torre de Moncorvo (muitas vezes chamado simplesmente de Moncorvo) é uma vila que pertence ao Distrito de Bragança.
Os rios Sabor e Douro são uma marca na paisagem deste concelho, ainda assim não menos importantes são o Vale da Vilariça e a Serra do Reboredo.
Torre de Moncorvo teria nascido de uma remota Vila da Alta Idade Média, que em antigos documentos vem designada Vila Velha de Santa Cruz da Vilariça, situada no topo da margem direita do Rio Sabor e nas proximidades do núcleo de vida pré-histórica do Baldoeiro.
Segundo a tradição, os habitantes desta povoação, devido à insalubridade do local muito sujeito às emanações palustres e, talvez, também, em consequência dos estragos sofridos com as Razias Mouriscas tão frequentes na época abandonaram-na deslocando-se para o ponto mais arejado no sopé da Serra do Roboredo. De qualquer maneira, a ter-se dado o abandono da Vila de Santa Cruz da Vilariça, este ter-se-ia processado nos fins do séc. XIII. No princípio desse século existia ainda a Vila de Santa Cruz da Vilariça e dava sinais de relativa vitalidade, pois recebeu de D. Sancho II, em 1225, uma carta foral que lhe concedia importantes isenções e regalias fiscais e penais.
Quanto à origem do topónimo de Torre de Moncorvo, segundo as Memórias Paroquiais de 1978, " é tradição que se mudava da Villa de Santa Cruz pela multidão de formigas, que não só faziam dano considerável em todos os viveres, mas aos mesmos viventes lhe causavam notável opressão, e resolvendo-se a evitar estes incómodos foram para o pé do Monte Reboredo onde havia uns casais de que era senhor um homem chamado Mendo, o qual dizem que na sua casa tinha uma torre e domesticando nela um corvo. Crescendo depois a povoação e tendo o foral de Villa lhe chamaram de Villa de Mendo do Corvo, que com fácil corrupção se continuou a chamar a Villa de Moncorvo".
Para visitar esta vila, aconselho um percurso a pé pelo centro histórico, Núcleo Medieval onde se incluem as casas solarengas, o Museu do Ferro, as inúmeras “oficinas artesanais” de venda de produtos regionais e confeção da “amêndoa coberta de Moncorvo”.
Nesse percurso cruzamo-nos com o Paços do concelho, edifício do séc. XIX, de estilo neoclássico, que ostenta na fachada a heráldica municipal.
Também encontramos o Castelo de Torre de Moncorvo, mandado edificar por D. Dinis nos séc. XIII - XIV. Subsistem restos da sua estrutura, conserva-se intacta a porta do lado nascente e alguns panos da muralha, que cercavam a antiga vila.
O ex-líbris da vila é a sua Igreja matriz, a sua construção iniciou-se na primeira metade do séc. XVI, levando cerca de um século a ser construída.
É de salientar, na fachada o belo pórtico em estilo renascença. O interior ostenta um grandioso retábulo setecentista e uma das mais notáveis obras de arte - o tríptico de Sant'Ana, de origem flamenga.
Esta é classificada como Património Nacional e é considerada como o maior templo religioso da Província de Trás-os-Montes.
Também visitamos aldeias típicas e rurais do concelho, entre elas a aldeia de Mós que vou abordar no post seguinte.
Na gastronomia tradicional do concelho de Torre de Moncorvo distinguem-se os pratos de alheiras com grelos, morcela doce e de sangue, salpicão de ossos com arroz, tabafeiras e presunto. Também de mencionar a caldeirada de cabrito ou borrego, a feijoada à trasmontana, o arroz de perdiz e as migas de peixe.
Na doçaria, destaca-se no concelho de Torre de Moncorvo a amêndoa coberta, cavacas, súplicas, biscoitos à tia patuleia, estradinhas, pão moreno e pão de ló.
Se tiverem interesse em saborear a gastronomia local aconselho o Restaurante Regional o Lagar, instalado num antigo largar de azeite, aqui desfrutamos das iguarias regionais.
Para ficarem hospedados sugiro a Casa de Santa Cruz, situada na freguesia de Felgar, uma casa familiar com um delicioso pequeno-almoço, com produtos caseiros e saborosos.
Concluindo, Torre de Moncorvo é uma vila pequena mas com grandes atrações turísticas.
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