Penedono é uma vila que se situa no Distrito de Viseu.
O primeiro documento conhecido que se refere a estas terras data do ano de 960 e chama-lhes Pena do Dono, que significa Penha ou Castelo do Dono. Mas, muito antes disso, já as terras de Penedono eram habitadas e o imenso e valioso património arqueológico do período megalítico é testemunho dessa antiguidade.
Localizada nos derradeiros limites da Beira e a um passo dos socalcos da Região Demarcada do Douro, a vila medieval de Penedono domina imponente uma paisagem de contrastes fortes e impressionantes.
O seu Castelo, chamado de Castelo do Magriço, erguido no século XI quase a mil metros de altitude é um exemplo único de arquitetura militar no país, singular pela sua forma triangular e famoso, segundo a lenda, por ter sido berço do célebre Álvaro Gonçalves Coutinho, o célebre Magriço, um dos Doze da Inglaterra, imortalizado nos "Lusíadas" pela sua valentia e espírito de aventura.
A primitiva fortificação de Penedono só é referida por volta do ano 930, quando, no âmbito da reconquista cristã da Península Ibérica, esta região foi pela primeira vez reconquistada aos muçulmanos, pelo rei de Leão.
O atual aspeto, romântico, deste castelo, acredita-se que remonte a finais do século XIV, quando o rei D. Fernando, doou estas terras a um nobre de nome, Vasco Fernandes Coutinho, que fez dele a residência da família e nesse sentido foi utilizado até finais do século XV.
Abandonado e chegando mesmo a ser proposta a sua demolição, foi defendido por um grupo de cidadãos, a que chamaram «Homens Bons», e já no século XX, foi classificado como Monumento Nacional.
Este é um dos meus castelos favoritos, uma vez que considero que preserve a sua arquitetura medieval até os dias de hoje.
Em frente ao Castelo ergue-se um curioso pelourinho de gaiola do século XVI, classificado Imóvel de Interesse Público.
Percorremos as ruas e ruelas onde apreciamos as casas, os monumentos e os solares que foram talhados no granito bruto vindo das serranias em redor.
Por entre caminhos cruzam-nos com a igreja Matriz de S. Pedro é a única de três igrejas paroquiais da Idade Média que ainda existe. No seu interior guarda interessantes pormenores de arte sacra: esculturas sagradas, altares, trabalhos em talha dourada e as pinturas no teto, dispostas em 35 caixotões.
No Município de Penedono também vale a pena visitar a Igreja de S. Salvador e admirar o seu retábulo de talha dourada, a Capela de St.ª Bárbara, de construção seiscentista, a Capela de Santa Luzía, edificada no início do século XVII e a Capela do Calvário.
Na aldeia de Antas encontramos Sepulturas Antropomórficas que datam do Período Megalítico. O Município de Penedono possui dois conjuntos de monumentos megalíticos. A necrópole da Lameira de Cima, na aldeia de Antas, possui dois monumentos funerários pré-históricos. A necrópole do planalto da Senhora do Monte, nas freguesias de Penela da Beira e Castaínço, é constituída por monumentos megalíticos dispersos ao longo de três quilómetros e enquadrados por uma paisagem natural. Um desses monumentos, o Dólmen da Senhora do Monte, é Monumento Nacional desde 1961.
Na sua gastronomia as ementas são compostas de enchidos caseiros, cabrito assado, marrã, doces de castanha e cavacas.
Penedono é uma vila fascinante, que possui um vasto património, como exemplo o seu castelo, que mantém intactos os traços originais da sua arquitetura medieval.
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