28 de fevereiro de 2012

Monção


Monção é uma vila situada no Distrito de Viana do Castelo.

Situada bem na fronteira com Espanha, e dela separada pelo bonito Rio Minho, a vila de Monção regista ocupação humana desde tempos remotos.

Sabe-se que em 404 a.c. os Celtas conquistaram Monção e deram-lhe o nome de "Obobriga", e já em 40 d.c. Monção era já uma importante vila romana, chamada "Mamia". Ocupada pelos Suevos em 410 d.C., chamou-se “Orosion”, ficando traduzida para latim como “Mons Sanctus”, derivando daí “Monção“.


Monção teve carta de foral de D. Afonso III datada de 1261.

Tornou-se célebre no decurso das guerras fernandinas, devido à enérgica ação de Deu-la-deu Martins, esposa do alcaide local, que conseguiu pôr fim ao cerco que os castelhanos lhe impuseram, atirando-lhes com os seus últimos comestíveis. É esse o motivo pelo qual ainda hoje aparece, nas armas desta vila, uma mulher a meio corpo, em cima de uma torre, brandindo com um pão em cada uma das mãos; à sua volta surge, numa bordadura, a divisa da vila, corruptela do nome da heroína: «Deus o deu, Deus o há dado». Gil Vasques Bacelar I, marido de D. Sancha Pires de Abreu foi Governador e alcaide-mor desta vila.


Diversos monumentos denotam a rica história desta vila, como a Românica Igreja Matriz do século XII, ou as Igrejas da Misericórdia e de Santo António dos Capuchos, ou a Fortaleza Militar, e as muitas Casas Senhoriais e Brasonadas que pululam na região, entre outros monumentos.








Percorremos toda a vila a pé desde a praça central até ao castelo e muralhas.








O conjunto do Castelo de Monção apresenta planta no formato circular, no estilo gótico, envolvendo a vila medieval. Nos muros rasgavam-se apenas duas portas, a principal defendida pela Torre de Menagem, abrindo-se para o terreiro onde era realizada a feira. A porta da traição, de menores dimensões, dava para zona ribeirinha.






A fortificação erguida no século XVII, embora erguida de raiz, integrou as muralhas medievais, reformulando-as, dado o crescimento da vila. Desse modo, foram erguidos nove baluartes e cinco portas, mantendo-se amplas áreas não edificadas, facilitando o movimento de tropas e de artilharia.



Um dos locais mais afamados da vila é a sua Estância Termal, integrada junto ao rio Minho, num bonito conjunto muito arborizado, estando as suas águas estão especialmente indicadas no tratamento de reumatismos, bronquites e afeções das vias respiratórias superiores.

Fora do centro da vila visitamos o Palácio da Brejoeira, este sumptuoso palácio de estilo neoclássico constitui-se num expoente das moradias fidalgas no país.






Realizamos uma visita guiada ao interior e jardins do palácio e assimilamos parte da história deste monumento nacional. Este foi erguido nos primeiros anos do século XIX, tendo as obras se prolongado até 1834. Pertenceu inicialmente a Luís Pereira Velho de Moscoso, nascido em 1767. Não pertencendo à nobreza, Luís de Moscoso não podia construir um palácio com quatro torres e, para esse fim, pediu autorização ao rei para construir a terceira torre.

Por volta de 1901, o palácio foi vendido a Pedro Maria da Fonseca Araújo, presidente da Associação Comercial do Porto, que lhe realizou amplas obras de restauro, quando enriqueceu o imóvel com uma capela palatina e um teatro, e empreendeu o revestimento das paredes do átrio e da escadaria com azulejos, a reforma dos jardins e do bosque, além da construção de um lago.





Em 1937, o imóvel foi vendido a Francisco de Oliveira Pais, de Lisboa. Na década de 1960, por falência deste, o palácio foi adquirido pelo companheiro de sua filha, Feliciano dos Anjos Pereira, que fez construir uma moderna adega e, em 1977, lançou no mercado, com grande sucesso, uma marca própria, o vinho Alvarinho "Palácio da Brejoeira". Atualmente o Palácio pertence a Maria Herminia Oliveira Paes, em conjunto com os herdeiros de seu falecido marido Feliciano Pereira.

Visitamos o seu interior onde se encontram faustosos salões com valiosas pinturas e frescos e distinta decoração, bem como uma capela e um teatro.

Percorremos os seus jardins rodeados de frondosa mata e encantadoras magnólias e japoneiras.






No que se refere à Gastronomia, Monção destaca-se pelo seu Cabrito assado no forno, pelo arroz de açafrão e pelo chouriço de Lordelo, bem como nos pãezinhos de Deuladeu e nas barrigas de freira, no que toca à doçaria.

Monção tem várias atrações que fascinam os visitantes.


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