25 de janeiro de 2012

Tomar


A cidade de Tomar localiza-se nas margens do rio Nabão, pertence ao distrito de Santarém e foi conquistada aos Mouros por D. Afonso Henriques em 1147 sendo depois doada por este monarca aos Templários em 1159. O Grão-Mestre desta Ordem, Dom Gualdim Pais, iniciou em 1160 a construção do Castelo e Convento que viriam a ser a sede dos Templários em Portugal, e posteriormente da Ordem de Cristo, e é hoje Património da Humanidade, classificado pela UNESCO.



Com a extinção da Ordem do Templo em 1312 por decisão do Papa Clemente V, que queria ver os templários banidos da Europa, foi fundada a Ordem de Militar de Cristo. Devido à necessidade de defender a fronteira algarvia, a sede desta Ordem transferiu-se para Castro Marim. Trinta e sete anos depois, voltou a fixar-se em Tomar mais concretamente no seu castelo.




 Assim Tomar viria a ser o centro originador e principal sustentador da epopeia dos Descobrimentos. O Infante D. Henrique, nomeado pelo Papa como Regedor da Ordem de Cristo, viria a instalar-se no castelo de Tomar.

Foi elevada à categoria de cidade em 1844, tendo sido visitada pela Rainha D. Maria II no ano seguinte.

Tomar é hoje conhecida não só pelos seus monumentos fabulosos, dos quais se destaca o Convento de Cristo, mas também pelas suas potencialidades turísticas que proporciona a visita de inúmeras edificações históricas, relíquias arqueológicas, passeios pelos seus frondosos e frescos jardins e também ao longo do rio Nabão, onde se encontra a bela Ponte Velha. Esta ponte é um dos símbolos da lindíssima cidade de Tomar.






O Património de Tomar é riquíssimo, destacando-se monumentos como a Igreja de São João Baptista do século XV; as Igrejas de Nossa Senhora da Conceição (século XVI) e a de Santa Maria dos Olivais, de origens no século XIII, em tempos matriz de todas as igrejas dos domínios portugueses em África, na Ásia e na América; os Conventos de Santa Iria (onde diz a lenda foi martirizada a Santa Iria) e o de São Francisco do século XVII; a Ermida de São Gregório do século XVI; ou o importante Aqueduto dos Pegões construído no século XVI para abastecer o Convento de Cristo.

A igreja de São João Baptista encontra-se situada bem no centro da cidade, na Praça da República, a linda Igreja de São João Baptista, ou Igreja Matriz de Tomar, em estilo Gótico tardio de finais do século XV, é um dos edifícios emblemáticos da cidade.




Na torre da igreja podemos apreciar o seu relógio do século XVI que foi trazido do Castelo dos Templários, decorado com caras e caveiras.

Na praça da República também nos deparamos com o paços dos concelho e à sua volta com várias ruas agitadas com lojas de comércio.




No centro da cidade também visitamos o Bairro Judeu. Com a expulsão dos Judeus de Espanha em 1492, a cidade acolheu grande número de artesãos, profissionais e mercadores refugiados, conferindo um novo desenvolvimento a toda a região, vitais mesmo para o sucesso dos Descobrimentos Portugueses. Após a expulsão dos Judeus do território Luso, Tomar perde muita da sua força, contudo no século XVIII retoma-a, com a abertura da Real Fábrica por parte do Marquês de Pombal, com um inovador mecanismo hidráulico.

No Bairro Judeu visitamos a sua Sinagoga. Este monumento, único em Portugal, é Monumento Nacional, símbolo da coexistência religiosa em Tomar.




Em seguida subimos ao Castelo, a sua construção iniciou-se em 1160, pela mão dos templários, fazendo parte de uma linha de defesa contra as investidas muçulmanas.






Classificado como Monumento Nacional e Património da Humanidade, encontra-se bem conservado, tem vindo a ser alvo de diversas obras de conservação e restauro, nomeadamente na Charola, uma das mais belas obras construídas pelos templários, supostamente inspirada no Templo de Jerusalém. Foi nesta charola que foi aclamado o Rei D. Afonso V, em 1438.



Depois de percorrermos as muralhas do castelo entramos no Convento de Cristo, recinto conventual, que foi pertença, inicialmente da Ordem do Templo e passou, no reinado de D. Dinis, para a égide da Ordem de Cristo, é um dos principais monumentos da arquitetura nacional, onde todas as etapas estéticas, desde o século XII ao XVIII, se encontram ampla e profundamente documentadas.








Em 1984 foi considerado património mundial pela UNESCO. Constituído por sete claustros e outros edifícios, contém no seu interior notáveis obras de arquitetura. Provavelmente o Claustro de D João III, o Claustro principal do Convento de Cristo, é a mais monumental e bela obra do Renascimento.



O Claustro de Stª Bárbara é quase esmagado pela monumentalidade da Janela do Capítulo que se debruça sobre o mesmo. A janela da casa do Capítulo é um dos pontos culminantes da arte Manuelina em Portugal.



Por detrás do convento encontramos o Aqueduto dos Pegões, edificado para abastecimento do Convento de Cristo, este aqueduto inicia o seu percurso de 6 Kms.



Fora do centro da cidade visitamos a igreja de Santa Maria dos Olivais, supõe-se ter sido a primeira sede da Ordem do Templo. São dignas de registo algumas lápides parietais, nomeadamente as de D. Gualdim Pais e a de Mestre Lourenço Martins e Mestre D. Gil Martins, todas em caracteres góticos legíveis.



À frente da Igreja, situa-se uma torre de planta retangular com dois andares e situada num nível superior; desde há muito se especula sobre a existência de um túnel que ligaria esta torre ao Castelo dos Templários, situado a uns quilómetros de distância, mas até hoje nada se concluiu.

No que se refere à gastronomia local provamos as conhecidas Fatias de Tomar e jantamos num restaurante muito agradável com vista para o rio Nabão, o restaurante “Bela Vista”.  



Esta encantadora cidade templária oferece ao visitante um regresso ao passado, através do seu vasto património histórico e cultural.


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