18 de janeiro de 2012

Sesimbra

Sesimbra é uma vila portuguesa pertencente ao distrito de Setúbal.

A foz do rio Sado, a serra da Arrábida, o cabo Espichel e a lagoa de Albufeira fazem parte da paisagem natural de Sesimbra.



Foi no reinado de D. Dinis, sexto rei de Portugal, que se criou a Póvoa de Ribeira de Sesimbra, pequena aldeia de pescadores, junto ao mar. A aldeia cresceu e tornou-se vila à época dos Descobrimentos.
Sesimbra passou a ser um importante porto de construção naval e de abastecimentos de embarcações.

Começamos por um passeio pelas ruas estreitas e íngremes o que nos permitiu observar a presença de redes e outras artes de perca a enfeitarem as casas, estes aspetos não nos negam que estamos bem no centro de uma terra de pescadores.
Em seguida caminhamos pela marginal, passando por várias praias, como estávamos em pleno mês de Agosto o mar estava a convidar-nos para uns mergulhos.



 A vasta oferta de restaurantes ali bem perto da praia também nos permitiu provar o que de melhor a gastronomia nos reserva.

Continuando pela marginal deparamo-nos com o Forte de Santiago de Sesimbra, também conhecido como Forte da Marinha, Forte da Praia e Fortaleza de Santiago, localizado sobre a praia em Sesimbra, tinha a função de proteger a vila e o seu ancoradouro.



Em seguida dirigimo-nos para o Castelo de Sesimbra, também referido como Castelo dos Mouros, é um castelo medieval que se ergue em posição dominante numa falésia, sobre uma enseada que se constitui em porto natural na península de Setúbal, entre os estuários do rio Tejo e o do rio Sado, a poucos quilômetros do cabo Espichel.



No contexto da reconquista cristã da Península Ibérica e expansão do território português, D. Afonso Henriques conquistou o castelo de Sesimbra em 1165, mas voltaria a cair nas mãos dos árabes, para só em 1200, no reinado de D. Sancho I, ser definitivamente conquistado.



Este castelo foi perdendo importância ao longo dos séculos, e a povoação foi-se transferindo para a zona do porto, sobretudo a partir do desenvolvimento da construção naval, na época dos descobrimentos portugueses, época em que D. Manuel I, mandou construir junto à praia, o forte de São Valentim, que viria a ser substituído, no século XVII, após a sua ruína, pelo Forte de São Tiago.



Com a guerra da restauração da independência portuguesa, em 1648, D. João IV, mandou reparar o castelo e fazer a sua adaptação ao uso de artilharia. Classificado como Monumento Nacional, está bem conservado, apesar dos danos causados pelo terramoto de 1755, dado que já foi alvo de obras de restauro.

Depois de percorrermos o interior do castelo seguimos para o Cabo Espichel, situado a ocidente da vila de Sesimbra.

O Cabo Espichel é um dos locais mais notáveis da costa portuguesa, não só definindo o fim da zona terrestre e o início da imensidão do mar, sendo também local de culto religiosos onde o Santuário de Nª Senhora do Cabo atrai romarias dos mais diversos locais.

O Santuário de Nossa Senhora da Pedra Mua, implantado no extremo do Cabo Espichel, é sem dúvida o mais importante e característico do Concelho. O culto de Nossa Senhora do Cabo perde-se na bruma dos tempos e é possível que anteriormente à sua veneração - a partir do Séc. XV - o Cabo Espichel fosse centro de peregrinações.



Nesta espaço também encontramos a Ermida da Memória que está integrada no Santuário de Nossa Senhora da Pedra de Mua. Rodeada por um pequeno miradouro com adro, de que se avista uma extraordinária panorâmica alargada, tem o interior revestido até meia altura por silhares de azulejos setecentistas azuis e brancos, dos inícios da segunda metade do séc. XVIII, representando a descoberta da imagem de Nossa Senhora do Cabo, a construção da própria Ermida, da Igreja e das Hospedarias e os "círios" ou romarias da época. O templo, de origem medieval, foi construído precisamente no local onde, segundo reza a tradição, terá sido achada a imagem de Nossa Senhora.


 
Do cimo do Cabo Espichel conseguimos observar a praia dos Lagosteiros. Entre esta praia e o Cabo Espichel encontram-se testemunhos da presença de dinossauros. Embora as pegadas deixadas por estes animais se observem hoje em camadas rochosas rijas, inclinadas, importa realçar que estas marcar foram impressas quando aqueles sedimentos eram vasa moles, que se depositaram em lagunas ou charcas salobras e pouco profundas na faixa litoral jurássica e cretácica. Após a sua deposição e soterramento por sedimentos mais jovens, as camadas assim formadas e inicialmente depositadas em estratos horizontais, sofreram processos de litificação que as transformaram nos calcários e margas observáveis hoje. Finalmente a atividade tectónica associada ao levantamento da cadeia da Arrábida, dobrou ou fraturou estas camadas, expondo-as à erosão.




Por fim, visitamos o Farol do Cabo Espichel, a sua construção data de 1790 e está ligada à primeira iniciativa de iluminar as costas portuguesas (conhecidas até à segunda metade do séc. XVIII como “costas negras” pelos navegadores ingleses). O sistema de iluminação só foi alterado em 1883. A partir daí deram-se várias modificações com vista a melhorar a sinalização visual e sonora.




Sesimbra é uma vila simpática com uma atrativa gastronomia e várias atrações arquitetónicas, arqueológicas, religiosas e naturais.



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