11 de maio de 2012

Matosinhos



Matosinhos é uma cidade que pertence ao Distrito do Porto. No litoral da cidade situa-se o Porto de Leixões, o maior porto artificial de Portugal e principal porto marítimo da Área Metropolitana do Porto.

Durante toda a sua história, Matosinhos esteve ligado ao mosteiro de Bouças, que será bastante antigo, sendo a sua construção anterior a 944. No ano de 900 já existia uma pequena povoação com o nome de Matesinus que em 1258 se chamaria Matusiny, um lugar da freguesia de Sendim. D. Manuel I concedeu-lhe foral em 1514 e passou a pertencer ao concelho de Bouças em 1833, tendo como sede a vila de Bouças, até 1836 designada Senhora da Hora. Até ao liberalismo constituía o Julgado de Bouças.

Em 1853 foi criada a vila de Matosinhos, constituída pela freguesia do mesmo nome e pela freguesia de Leça da Palmeira, que passou a sede do concelho em substituição de Bouças. Em 1867 é finalmente criado o concelho de Matosinhos, mas que acaba por desaparecer vinte dias depois voltando a ter sede em Bouças. Dado que Matosinhos já se figurava como um lugar mais importante em 1909 é criado o concelho de Matosinhos que existe nos nossos dias.

A cidade é rica em património edificado, mesmo no centro da cidade visitamos a Igreja Matriz (Bom Jesus), edificado no séc. XVI, o edifício, renascentista de origem, sofreu transformações marcantes no séc. XVIII, com a introdução da talha dourada e, ao nível da fachada, pela mão do italiano Nicolau Nasoni, transformações essas que lhe conferiram as caraterísticas barrocas hoje dominantes.



Também visitamos o Mosteiro de Leça do Balio, templo do séc. XII, de estilo gótico primitivo, com uma torre de traça românica. Foi nesta Igreja que o Rei D. Fernando casou com D. Leonor Teles e nela se sediou o mosteiro da Ordem Militar do Hospital.
Aqui, podem ser admirados o túmulo de Frei João Coelho (Grão-Mestre da Ordem), da autoria de Diogo Pires, "O Moço" e a arca tumular de Frei Vasques Pimentel, onde existe uma inscrição latina com dados biográficos deste guerreiro.
É, igualmente, de apreciar a Pia Batismal, de 1514, e a rosácea da frontaria da Igreja.
Já no exterior, o Cruzeiro, de 1513, é obra que deve ser contemplada.







No que se refere a espaços verdes em Matosinhos, o meu local favorito é a Quinta da Conceição, um grande espaço verde, com frondoso bosque. Nela, podem ser admirados os restos de uma porta Manuelina, parte de uma coleção lapidar de várias épocas e estilos. Este é um espaço privilegiado para longos passeios, nele se destacam os chafarizes e a Fonte de São João.







Sendo Matosinhos uma terra de mar, esta oferece-nos belas paisagens marítimas e tranquilos passeios à beira mar. Também podemos desfrutar das praias caracterizadas pelos extensos areais, como a praia de Matosinhos e a praia de Leça. Esta última é considerada um dos maiores areais do norte de Portugal, praia que foi frequentada pela colónia inglesa, no início do séc. XX, e onde se encontra implantada uma piscina de água salgada (Piscina das Marés), da autoria do Arq.º Siza Vieira.



Ainda em Leça podemos observar o Farol, construído em 1927, é um dos mais altos de Portugal, com um alcance de 20 milhas, do cimo do qual, para além de se poder observar o seu mecanismo, se contempla mar e costa.
Na sua proximidade, a bela construção denominada "Casa de Chá da Boa Nova", obra do Arqº. Siza Vieira, admiravelmente integrada na paisagem e na estrutura rochosa, e de cujo salão se pode ver, mesmo em frente, e num dos rochedos, a inscrição de versos de António Nobre, bem como a Capelinha da Boa Nova que pertenceu a um eremitério de Franciscanos, os quais, devido às condições agrestes do local, se transferiram para a Quinta da Conceição. Pode ainda contemplar-se, no sopé e nas redondezas do farol, um conjunto escultórico evocativo de António Nobre, da autoria de Barata Feyo.




Outro dos símbolos de Matosinhos é o Forte de Nossa Senhora das Neves, esta construção de tipo abaluartado, do séc. XVII, foi importante elemento de defesa e é hoje sede da capitania do Porto de Leixões.




Um monumento que não passa despercebido é o Senhor do Padrão, do séc. XVIII, este está relacionado com a lenda do Bom Jesus Matosinhos, segundo a qual terá dado à praia de Matosinhos uma relíquia, concretamente uma imagem muito antiga de Jesus Cristo.




Em Santa Cruz do Bispo, no Monte de São Brás, encontramos o Homem da Maça, um conjunto escultórico, que data dos tempos da ocupação romana, e que integra um homem, já sem braços, supostamente um guerreiro a ostentar uma arma (maça).

Em Guifões, visitamos o Castro de Guifões, onde podem ser observados os vestígios de uma ocupação da Idade do Ferro, posteriormente romanizada, no castro localizado no Monte Castelo. Um "trilho pedagógico" possibilita ao visitante orientações ao longo do património arqueológico e natural.

Relativamente à gastronomia o peixe é, naturalmente, a iguaria, mais procurada por todos aqueles que procuram Matosinhos e Leça da Palmeira. Contudo, os restaurantes locais servem não só o peixe grelhado, bem como outros pratos regionais. Dos restaurantes que frequentei ou frequento sugiro os seguintes: Restaurante Don Juan Taperia, Cozinha da Maria, Tasquinha dos Amigos, Al forno, Casa de Pasto Teresa, Casa Mariazinha, Mamma Bella Pizzeria , Restaurante da Terra (vegetariano), Pedra Alta, O degrau do castelo, A casinha, Casa chá salão da Boa Nova, Restaurante Jácome, Restaurante O António, Restaurante Os rapazes, Restaurante Paço das Almas, O arquinho do Castelo, Restaurante Quo Vadis, Marisqueira Mauritânea.

Matosinhos presenteia o visitante com a fresca brisa do mar e com os sabores inigualáveis da terra e do mar.

2 comentários:

  1. Hás-de procurar a história do mural em alto relevo junto à Càmara Municipal de Matosinhos… Tem a ver com a lenda de Santiago. Igualmente muito bonita, e até perceberes de onde vem a palavra que deu origem a "Matosinhos". ;)
    Beijinho Antónia

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigada pela dica. Vou pesquisar e depois acrescento a este post. Beijinhos

      Eliminar