11 de maio de 2012

Maia


Maia é uma cidade do Distrito do Porto. A zona onde atualmente se encontra o município é povoada há milénios, tendo sido encontrados vestígios que datam do Paleolítico. Em muitos dos montes da região existiram povoados, da Idade do Ferro. Atraídos pela riqueza dos solos e a abundância de recursos, os romanos também deixaram aqui as marcas visíveis da sua ocupação.

Em meados do século XIII, o julgado maiato estendia-se desde a cidade do Porto até ao Ave e do mar até às serras. Em 1304, no entanto, as Terras da Maia foram integradas no termo do Porto, perdendo a autonomia administrativa e política. Em 1360, foram instituídos os primeiros donatários na região e, nesse ano, D. Pedro I doou o senhorio da Azurara, com o julgado da Maia, ao infante D. Dinis, seu filho.

A história deste município está, também, intimamente ligada à fundação da nacionalidade. Alguns autores defendem mesmo que o príncipe Afonso Henriques terá sido aqui educado, junto à família dos Mendes da Maia, a que pertenciam o arcebispo de Braga D. Paio Mendes e o famoso guerreiro Gonçalo Mendes da Maia, o "Lidador", assim chamado por ter entrado em constantes lutas destemidas contra os sarracenos.

Na época dos Descobrimentos, saíram da Maia, tecidas com as matérias-primas dos linhares locais, grande parte das velas que equiparam as caravelas portuguesas.

No início do século XVI, coube a D. Manuel I conceder o foral, que previa as rendas e os foros a pagar aos donatários dos reguengos da Maia, bem como a forma de exercer as penas e justiças mais comuns.

A Maia é considerada como um importante centro cultural na região sendo de realçar variadas atividades ligadas ao teatro, à música, às artes plásticas e às tradições locais como as manifestações etnográficas visíveis nas festas religiosas que se realizam ao longo do ano. Também o Jardim Zoológico, o único do Norte devidamente organizado, é ponto de encontro para muitos visitantes.

Anualmente, a cidade recebe no Fórum da Maia o Festival Internacional de Teatro Cómico da Maia e a exposição mundial da World Press Photo.

No que se refere ao património religioso, destaca-se a Igreja de Santa Maria (Nossa Senhora do Ó), monumento nacional desde 1884, cuja data de construção é anterior à própria nacionalidade. Esta igreja foi fundada pelos cavaleiros do Santo Sepulcro, sendo dúplice, por nele morarem cónegos e cónegas de Santo Agostinho, da ordem regrante do Santo Sepulcro. De origem românica possui duas naves com apiteis ornados com folhagens e decoram-na painéis pintados com motivos vegetalistas e animais. Destaca-se na sua frontaria o portal de quatro arquivoltas ogivadas, e, no lado norte, o portal de duas arquivoltas igualmente ogivadas, com a cruz de Malta no tímpano.




Outra igreja que se destaca é a Igreja Conventual de S. Salvador, antigo mosteiro que data de meados do Séc. IX. A igreja, seiscentista, é a mais antiga da diocese do Porto, tendo levado 34 anos a edificar. Em meados do Séc. XII, este Mosteiro já teria adotado a regra de Santo Agostinho.

Para além das igrejas também visitamos várias capelas no concelho da Maia que se situam em montes, com miradouros. Entres eles menciono o Monte do Senhor da Agonia com uma capela setecentista, que foi depois restaurada pela população local. Deste monte pode-se admirar uma bela paisagem sobre a vila do Castêlo da Maia.



Outro miradouro é o S. Miguel-O-Anjo, do qual se pode avistar os contornos do Porto, o sameiro em Braga, a Santa Justa em Valongo, o Monte Crasto em Gondomar, e no horizonte o mar.
Diz-se que, antigamente, a festa era celebrada pelos pescadores da vila de Matosinhos para agradecer a proteção que o Anjo lhes concedia; além disso o Monte servia-lhes de ponto de referência, de farol, quando regressavam das fainas piscatórias.





O Monte de Santo António, é outro miradouro em antigo local de cultos pagãos, povoado de lendas pelas populações em redor.
Este monte local de culto cristão, é certamente herdeiro de práticas religiosas anteriores ao cristianismo. Aqui nas festas os lavradores, feirantes e criadores de gado levavam o gado ao monte de Stº António, onde este circulava a capela no sentido oposto aos ponteiros do relógio, lembrando o culto a Diana, protetora dos rebanhos e animais jovens.




Por fim, destaco o Monte de Nossa Senhora da Hora, também conhecido pelo Monte do Calvário, é um belo miradouro que possui uma escadaria que dá acesso à Capela do Senhor dos Passos, que data de 1869; por ter o senhor amarrado também se designa a Capela dos Amarrados. No interior desta capela existem curiosas imagens de cariz popular, feitas por santeiros maiatos.



Quanto à gastronomia, o concelho da Maia, como parte integrante desta região possui vários pratos, de confeção refinada, como por exemplo o "Bacalhau à Lidador", a "Sardinha de Escabeche à Moda da Maia", os Rojões, o "Cabrito Assado à Maiata" e o famoso "Cozido à Portuguesa".

Nos doces encontramos as "Broinhas de Erva-Doce", que deliciam qualquer um, o "Pão-Doce", a "Aletria", as "Rabanadas" e os doces conventuais dos Mosteiros de Vairão e Stª Clara.

Dos vários restaurantes do concelho aconselho os seguintes: Cantinho Ibérico, Casa do Arco, Doce Maia Gourmet, O Machado, Quinta d’as raparigas, restaurante Maia Vip, O forno, Figurino de Barreiros, Tomar do Sal, A mesa do Chefe Silva, Maximu’s.

Concluindo, hoje em dia, a Maia é uma cidade desenvolvida, com uma concorrida área urbana, oferecendo vários espaços de lazer.



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