22 de abril de 2012

Vila Verde



Vila Verde está situada no verdejante Minho, no distrito de Braga.

Esta é uma região de antiga ocupação humana, com vários vestígios pré-históricos e castrejos por todo o concelho, como o Castro Barbudo ou a Citânia de S. Julião de Caldelas. Vila Verde já teria alguma importância, tempos antes à formação da própria nacionalidade Portuguesa, no século XII.

Espelho Patrimonial desta riqueza da terra, são os diversos solares e casas senhoriais que se encontram por toda a região.

Os vales dos rios Cávado, Homem e Neiva oferecem paisagens deslumbrantes e perfeitas condições para a prática das mais variadas atividades turísticas.

O concelho de Vila Verde, pela antiguidade e riqueza cultural, é detentor de um vasto património, traduzido nos vestígios arqueológicos, na arquitetura civil e religiosa, nos conjuntos rurais típicos, nos aspetos etnográficos da cultura popular, no artesanato, na gastronomia tradicional, na paisagem verdejante e nos rios que o atravessam.

Mesmo no centro da vila visitamos a Igreja matriz de Vila Verde, apesar de ter sido restaurada, conserva ainda vestígios da primeira traça românica. Esta contém frescos do século XVI.





Também visitamos a igreja da Nossa Senhora do Alívio. Este santuário é um grande templo do século XIX, lugar de romaria bastante concorrida. O primeiro santuário datava do século XVIII e fora iniciativa do abade Francisco Xavier Leite Frágoas.




Na freguesia de Valdreu visitamos a igreja do Santo António de Mixões da Serra.





A secular Bênção dos Animais, enquadrada pela imponente envolvente do santuário de Santo António de Mixões da Serra, apresenta-se como o evento de referência da freguesia com maior área de território de todo o Vale do Homem. A pastorícia assume-se claramente como a atividade mais profícua para as gentes que recusam abandonar a Natureza, mantendo uma serena vida comunitária em pequenos núcleos rurais.


A secular tradição bênção de animais em Santo António de Mixões da Serra remonta ao século XVII, quando – reza a história, que por volta de 1680 – uma grande peste vitimou uma boa parte dos animais que na altura ajudavam os agricultores nas suas lides, nomeadamente vacas e cavalos. Desalentada, a população da freguesia de Valdreu prometeu a Santo António a construção de um templo em sua honra, se o santo livrasse os animais da doença e dos lobos. O santo milagreiro "ouviu" as preces e, em agradecimento, o povo edificou uma pequena capela no alto do monte, que mais tarde se transformou num santuário. Desde então, todos os anos, no domingo anterior ao dia 13 de Junho - dia de Santo António -, os lavradores da região levam os seus animais ornamentados com flores e fitas a Mixões da Serra, onde assistem à missa e à bênção. É um ritual que se repete, pelo menos, desde 1680 no alto de Mixões da Serra, onde as manifestações da devoção antonina se reportam ao século XV.

Outra das suas curiosidades deste local é o miradouro de St. António, construído no topo de um maciço granítico, de onde pontifica uma estátua do santo, rodeada por uma escadaria.



Em seguida, na freguesia de Carreiras de S. Miguel visitamos a na Torre de Penegate. A atual estrutura foi erguida por Mem Rodrigues de Vasconcelos, cavaleiro de D. Dinis na guerra que opôs este monarca ao seu filho, o futuro rei D. Afonso IV. D. Dinis autorizou a construção de uma "domus fortis", em documento datado de 5 de Outubro de 1322, onde se refere que ele "havia proibido a construção destas casas fortificadas a não ser com sua expressa autorização". Esta fortificação tinha a função de proteger Mem Rodrigues no cargo que então ocupava.

Por fim, visitamos os aglomerados rurais da Pequenina e Nogueira. Lugares rústicos e tradicionais, dotados de atributos notáveis de enquadramento histórico e cultural, arquitetónico e paisagístico.






Vila Verde é uma Terra de tradição e de costumes vivos, esta vila prima também pelas suas peças artesanais de renome, de onde se distinguem trabalhos em vime, miniaturas em madeira, cerâmica, e os muito famosos “lenços dos namorados”, numa tradição do século XVIII, onde as mulheres os bordavam e ofereciam aos seus apaixonados, que caso nutrissem o mesmo interesse, os usariam orgulhosamente em público. Este rico património está patente no Centro de Artesanato Lenços dos Namorados.

Outra atração é a gastronomia, marcado pelas raízes do Minho, a diversidade e a riqueza culturais refletem-se na criatividade gastronómica do município. Como pratos típicos temos o arroz de frango "pica-no-chão", o coelho à caçador, o cabrito assado no forno, os rojões à moda do Minho, as papas e o sarrabulho, o cozido à portuguesa, a posta barrosã, o arroz de pato e a massa de coelho.

No que se refere a doçarias o tradicional é o pudim “Abade de Priscos”, o pudim de leite, o creme de leite queimado, as rabanadas, os formigos, os sonhos, o arroz doce, o doce branco e amarelo, a maçã assada e uma diversidade de outros doces.

Em suma, Vila Verde é uma bonita vila, situada numa região de grande beleza natural, dona de um rico património histórico e cultural.



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