Vila Cova à Coelheira é uma freguesia do Concelho de Vila Nova de Paiva, situa-se em plena Beira Alta, a Sul da Serra da Nave, alpendurada num vale sobre o Rio Covo.
O povoamento desta região remonta à época pré-romana, período em que os Lusitanos e os Celtiberos habitavam a zona beiraltina, tal como documentam as ruínas do Castro, entre outros vestígios. A formação atual de Vila Cova à Coelheira reporta-se à época do domínio Astúrio-Leonês, tendo sido nos primórdios da nacionalidade, privilégio de cavaleiro e “honra “ de Soeiro Viegas, filho de Egas Moniz, que era aio de D. Afonso Henriques. O território foi depois doado à Ordem dos Hospitaleiros da Comenda de Malta de S. João Baptista, que passou a deter várias regalias.
O Topónimo Vila Cova à Coelheira , primitivamente, “Vila de Calleney”, justifica-se da seguinte forma: Vila, por que é originária de Castro; Cova, pois situa-se num vale entre montanhas; Coelheira, porque abundavam os coelhos e porque, inicialmente, o rio que corre na freguesia chamava-se “Rio Coelheira”.
Depois da extinção do concelho, em 1836, Vila Cova à Coelheira pouco se desenvolveu, tal como toda a região em que se inseria, daí que Auilino Ribeiro, escritor nascido nesta zona, tenha apelidade estas terras de “Terras do Demo”.
Nesta vila visitamos a Igreja Matriz de S. João Baptista, que seria edificada no século XVII/XVIII sobre o primitivo que teria sido construído no século XII, como provam as recentes escavações feitas no local, pondo a descoberto algumas sepulturas.
A cobertura da Capela-Mor exibe diversos quadros citando o Santíssimo Sacramento e alguns ligados à eucaristia. Lateralmente apresenta quatro painéis em azulejos, dois de cada lado, que narram a vida e morte de S. João Baptista. O altar-mor apresenta elementos de estilo renascentista.
No bairro do Calvário encontramos o Cristo Rei inaugurado em 1974, onde conseguimos alcançar uma vista sobre a vila.
Foram várias as casas senhoriais que nos cruzamos como por exemplo a Casa da Comenda de Malta. Vila Cova à Coelheira foi comenda da Ordem de Malta. Dela ficou a herança materializada na Casa da Comenda. Esta foi restaurada, mas encontra-se ao abandono. Exibe uma bonita janela de estilo manuelino.
Também nos deparamos com a Casa da Sinagoga, uma vez que esta freguesia foi fértil em acolher famílias judaicas. Ainda hoje se podem ver algumas casas que lhes pertenceram em bom estado de conservação. De outras, há apenas ruinas. Os terrenos da cerca judaica e todo aquele aglomerado de casas pertenciam a uma única família, por ser tão grande deu-se-lhe o nome de Mosteiro.
Outra casa desta freguesia é a Casa Solarenga/Casa Grande, único solar brasonado com capela do concelho. Foi mandada edificar no século XVII pelo capitão-mor de Vila Cova à Coelheira e cavaleiro da Ordem de Malta. Dizem os mais antigos que esta casa, foi mandada construir no séc. XVII ou no séc. XVIII, dizem também, não se sabe se é lenda, que os pedreiros que a construíram ganhavam 2 dinheiros por dia.
Vila Cova à Coelheira é uma vila peculiar, onde a serenidade paira em todos os cantos.
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