Sede de concelho, Alcobaça fica situada no distrito de Leiria, na confluência dos rios Alcoa e Baça, nomes de cuja aglutinação a tradição faz derivar o seu nome.
Em Alcobaça, podemos encontrar o célebre mosteiro cisterciense de Santa Maria fundado em 1148 por D. Afonso Henriques. Neste mosteiro, encontram-se os túmulos de D. Pedro e D. Inês de Castro. Reconstruído diversas vezes em vários estilos, desde o gótico ao manuelino este está classificado como Património da Humanidade pela UNESCO e como Monumento Nacional, desde 1910. Também é classificado como uma das 7 maravilhas de Portugal (ver post 7 maravilhas de Portugal).
À data do abandono do mosteiro pelos monges - 13 de Outubro de 1833 - a vila não era mais do que um pequeno aglomerado de casas e com um reduzido número de habitantes.
Os espaços deste mosteiro que mais me fascinaram foram o refeitório, a sala dos Monges e o Claustro do silêncio (de estilo Gótico).
Este mosteiro é um monumento magnificente, cujos espaços reflectem a vida monástica.
A história da região de Alcobaça está hoje indissociada da presença de durante quase setecentos anos da Ordem de Cister. Mas a presença do homem nestas paragens ultrapassa naturalmente a presença cristã, diluindo-se na memória vaga dos tempos pré-históricos. A romanização do Península deixou variados vestígios e a região de Alcobaça não foi excepção. Com o destroçar do Império Romano do Ocidente no séc. V, a região conheceu sucessivas vagas invasoras de povos do Norte, mas apenas dos visigodos existe testemunho.
No séc. IX os árabes invadem a Península pelo sul avançando rapidamente poro o interior servindo-se das vias romanas. Datará desta época o castelo de Alcobaça e provavelmente o de Alfeizerão.
Teria sido precisamente a presença do castelo que levou os monges a construírem o mosteiro onde hoje se situa.
As ruínas do Castelo de Alcobaça estão edificadas sobre um monte com cerca de 70 metros de altura, do lado poente do Mosteiro. Devido ao seu avançado estado de degradação, quase que me passou despercebido. Através das suas ruínas tem-se uma bela vista sobre a cidade.
Outro dos monumentos que visitei nesta cidade foi o Mosteiro de Santa Maria de Cós, também conhecido por Convento de Cós. As suas origens remontam ao séc. XII, época em que o Mosteiro de Alcobaça adquire propriedades em Cós. Seria pela mão do Abade de Alcobaça, D. Fernando, que o convento inicial seria construído, destinando-se a acolher as viúvas que queriam levar uma vida religiosa.
Na cidade de Alcobaça podemos encontrar o seguinte património museológico: Casa-Museu Vieira Natividade (em estado de avançada degradação) , Museu do Vinho, Museu dos Coutos de Alcobaça, Museu Municipal e Museu Agrícola.
No concelho de Alcobaça destaca-se ainda o fabrico de olaria, cerâmica e louça de Alcobaça, de um nobre azul e de um estilo inconfundível.
Alcobaça também possui um riquíssimo património paisagístico e ambiental, podemos encontrar longas praias polvilhadas de rochedos, arribas e escarpas. Para momentos de repouso podemos desfrutar dos pinhais e das paisagens verdes dos campos da Cela e do Valado.
Em Alcobaça, a Pastelaria Alcôa revela-se um verdadeiro paraíso para os gulosos. Vencedora de vários prémios na Mostra Internacional de Doces e Licores Conventuais que anualmente, tem lugar nesta cidade, ostenta nas suas vitrinas perdições como o Toucinho do Céu, as Castanhas de Ovos, o Pudim de São Bernardo, os Segredos de D. Pedro, os Fradinhos e as Curnocópias, para além de um bolo-rei especial, recheado com gila e doce de ovos.
Alcobaça é uma cidade em grande expansão mas que não esquece as suas tradições.
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