10 de fevereiro de 2011

7 Maravilhas de Portugal

O facto de viajar pelo estrangeiro, não implica que não viaje por Portugal e que não me dedique a descobrir os encantos do nosso país. São vários os fins-de-semana que desfruto a passear e a contemplar a beleza das paisagens, monumentos, praias, recantos, ruas, entre outras atracções de Portugal. Neste espaço vou ter a oportunidade de divulgar os encantos de Portugal e vou começar pelas eleitas sete maravilhas de Portugal.
A escolha das sete maravilhas de Portugal foi baseada em 793 monumentos nacionais classificados pelo IPPAR, à qual foi feita uma primeira selecção, da qual resultou uma lista de setenta e sete monumentos. Seguidamente foi feita uma nova escolha, onde saíram os vinte e um monumentos finalistas.
No dia 7 de Julho de 2007 foi feita a divulgação das Sete Maravilhas de Portugal (eleitas pela público Português através de Internet, sms e telefone), onde constam os 7 monumentos mais relevantes do património Português.
As eleitas 7 maravilhas de Portugal são as seguintes: Castelo de Guimarães, Castelo de Óbidos, Mosteiro de Alcobaça, Mosteiro da Batalha, Mosteiro dos Jerónimos, Palácio Nacional da Pena e Torre de Belém.
Na minha opinião, o Convento de Cristo, o Castelo de Almourol e a Torre dos Clérigos deveriam constar nas 7 maravilhas de Portugal.

Castelo de Guimarães
O castelo de Guimarães está simbolicamente associado à fundação do reino de Portugal, ainda que a sua construção seja anterior e remonte à condessa Mumadona (finais do século X). Neste castelo terá nascido D. Afonso Henriques, nele resistiu, já na sua luta pela independência, ao ataque das forças do rei Afonso VII, de Leão, em 1127, e no campo de S. Mamede, nas imediações da fortaleza, derrotou, no ano seguinte, as forças de D. Teresa, sua mãe.

O castelo manteve a sua importância ao longo de vários séculos de disputas entre Portugal e Castela. Já no reinado de D. João I, em 1389, após mais um confronto com Castela, são executadas obras de reforço defensivo da cidade, que passou a designar-se Guimarães.
Estrategicamente localizado, domina o centro histórico de Guimarães, do alto de uma colina. O edifício actual é o resultado de reconstruções sucessivas a partir da segunda metade do século XIII e que culminaram nas campanhas dos Monumentos Nacionais, nos anos 40. A muralha tem oito torres ameadas delimitando um pátio, em cujo centro se eleva a torre de menagem, com 27 metros de altura.
No seu interior a parte que mais aprecio é a passagem para a Torre da Mensagem. Percorrer este castelo é caminhar pelos trilhos da história de Portugal, considero este castelo um monumento imponente, que simboliza o nascimento de Portugal.






Castelo de Óbidos

O castelo de Óbidos terá sido originariamente edificado pelos árabes, no local que já tinha sido ocupado por lusitanos, romanos e visigodos, e no contexto da expansão do território português e reconquista cristã da Península Ibérica, D. Afonso Henriques adquiriu este castelo por volta de 1148.
Classificado como Monumento Nacional, tem instalada, desde 1951, a Pousada de Óbidos, que ocupa o paço de estilo Manuelino construído no início do século XVI, e recuperado dos danos que sofreu no terramoto de 1755.
Compreendo que a classificação das 7 maravilhas de Portugal foi atribuída apenas a monumentos, caso isso não sucedesse deveria ser atribuída à vila de Óbidos uma das sete maravilhas de Portugal e não apenas o Castelo. Esta vila tem um encanto especial que nos prende em cada recanto. No que se refere ao Castelo o que mais aprecio neste é a mistura de elementos dos diferentes estilos - românico, gótico, manuelino e barroco, distribuídos por duas zonas principais do castelo.





Mosteiro de Alcobaça

Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, também conhecido como Real Abadia de Santa Maria de Alcobaça ou mais simplesmente como Mosteiro de Alcobaça, é a primeira obra plenamente gótica erguida em solo português. Foi começado em 1178 pelos monges de Cister. Está classificado como Património da Humanidade pela UNESCO e como Monumento Nacional, desde 1910.
Do conjunto monástico fazem parte a Igreja com planta em cruz latina, e três claustros seguidos, de dois andares. Recentemente foi descoberta a existência de um quarto claustro que terá sido destruído aquando o grande terramoto de 1755.
De grande destaque é o Deambulatório, a Sala do Capítulo, a Sacristia, a Capela das Relíquias, o Parlatório, o Dormitório, a Sala dos Monges, o Refeitório, a Cozinha Velha e Nova, os túmulos de D. Afonso II (1185-1123) e D. Afonso III (1210-1279) e os famosos túmulos de D. Pedro e D. Inês de Castro, naquela que é considerada uma das mais trágicas histórias de amor de Portugal. O príncipe D. Pedro (1320-1367), casado com D. Constança Manuel, apaixona-se por uma das aias de sua mulher, a castelhana Inês de Castro. Após a morte de D. Constança, o rei assume publicamente o seu amor por D. Inês, passando a viver maritalmente com esta, nascendo desta relação três filhos. A relação foi condenada pelo pai de D. Pedro, o rei D. Afonso IV, condenando à morte, em 1335, D. Inês, por alegada traição ao reino.
Após subir ao trono D. Pedro I levou a cabo a missão de vingança, condenando com violência todos os culpados e envolvidos na morte da sua amada, decretando também D. Inês como rainha de Portugal.
D. Pedro ordenou a construção do seu túmulo e da sua amada, transladando os restos mortais de D. Inês para o Mosteiro de Alcobaça, constituindo hoje uma das maiores esculturas tumulares da Idade Média no País.
O Rei determinou no seu testamento que, aquando a sua morte, os túmulos deveriam ser colocados de modo a que no dia do juízo final, quando os dois apaixonados ressuscitassem, se olhassem olhos nos olhos.
Hoje em dia estes túmulos são visitados por muitos apaixonados.
O que mais me fascinou nestes túmulos foi a pormenorização das figuras esculpidas nos mesmos, são verdadeiras obras de arte.
Os espaços do mosteiro que mais me fascinaram foram o refeitório, a sala dos Monges e o Claustro do silêncio (de estilo Gótico).
Este mosteiro é um monumento magnificente, cujos espaços reflectem a vida monástica
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Mosteiro da Batalha

O Mosteiro de Santa Maria da Vitória (mais conhecido como Mosteiro da Batalha situa-se na Batalha, e foi mandado edificar por D. João I, Mestre da Avis, como agradecimento à Virgem Maria pela vitória na Batalha de Aljubarrota. Este mosteiro dominicano foi construído ao longo de dois séculos, desde o início em 1386 até cerca de 1517, ao longo do reinado de sete reis de Portugal, embora desde 1388 já ali vivessem os primeiros dominicanos. Exemplo da arquitectura gótica tardia portuguesa, ou estilo manuelino, é considerado património mundial pela UNESCO.
Sabe-se que ao projecto inicial da construção deste Mosteiro correspondem as diversas dependências monásticas como a Sala do Capítulo, o Refeitório, a Sacristia, a Igreja e o Claustro, entre outros, assemelhando-se em muito em termos estruturais este projecto do Mosteiro de Alcobaça.
De destacar, igualmente, que no Mosteiro da Batalha se encontra o mais importante núcleo de Vitrais Medievais Portugueses, visíveis na Capela-Mor e na Sala do Capítulo.
Na Capela do Fundador encontram-se os túmulos de D. João I, D. Filipa de Lencastre e de seus filhos denominados por Camões "ínclita geração". Também no mosteiro da batalha encontramos os túmulos de D. Duarte e de D. Leonor.
As capelas Imperfeitas foram mandadas construir por Dom Duarte que aí pretendia fazer um Panteão, mas não chegaram a ser concluídas.
No reinado de D. Manuel I fecharam-se as janelas das galerias do claustro e retomaram-se as obras das Capelas Imperfeitas, estruturas de rara beleza, com milhares de esculturas incrustadas e que constituem um dos exemplos mais marcantes, da arte manuelina, uma vez que o projecto que se prolongou até à década de 30 do século XVI.
Este mosteiro no meu entender é o ex-líbris do gótico em Portugal, é dos meus monumentos predilectos. A primeira vez que visitei as capelas imperfeitas fiquei deslumbrada com as suas formas sublimes e pormenorizadas, sendo estas inacabadas.









Mosteiro dos Jerónimos

Perto do local onde o Infante D. Henrique, em meados do séc. XV, mandou edificar uma igreja sobre a invocação de Sta. Maria de Belém, quis o rei D. Manuel I construir um grande Mosteiro. Para perpetuar a memória do Infante, pela sua grande devoção a Nossa Senhora e crença em S. Jerónimo, D. Manuel I decidiu fundar em 1496, o Mosteiro de Sta. Maria de Belém, em Lisboa, junto ao rio Tejo. Doado aos monges da Ordem de S. Jerónimo, é hoje vulgarmente conhecido por Mosteiro dos Jerónimos.
O Mosteiro foi acolhimento e sepultura de reis, mais tarde de poetas. Inclui, entre outros, os túmulos dos reis D. Manuel I e sua mulher, D. Maria, D. João III e sua mulher D. Catarina, D. Sebastião e D. Henrique e ainda os de Vasco da Gama, de Luís Vaz de Camões, de Alexandre Herculano e de Fernando Pessoa.
O Mosteiro dos Jerónimos foi declarado Monumento Nacional em 1907 e, em 1983, a UNESCO classificou-o como "Património Cultural de toda a Humanidade".
Este é outro dos monumentos que representam um testemunho monumental da riqueza nacional, de estilo Neo-manuelino, este Mosteiro contempla elementos decorativos repletos de símbolos da arte da navegação e de esculturas de plantas e animais exóticos.
Os seus claustros representam a arte Manuelina, conjugando símbolos religiosos, régios e naturalistas.
O interior da igreja é majestoso, é uma das minhas igrejas de eleição, as colunas rebuscadas e o altar sublime, formam uma imagem digna de ser recordada.









Palácio Nacional da Pena

O Palácio Nacional da Pena foi uma residência de Verão da Família Real Portuguesa desde 1838 até 1910, tendo-se transformado em casa – museu a partir de 1920, passando a estar aberto ao público com a designação de Palácio Nacional da Pena.
Constitui o mais completo e notável exemplar de arquitectura portuguesa do Romantismo. Edificado a cerca de 500 metros de altitude, remonta a 1838, quando o rei consorte D. Fernando II adquiriu as ruínas do Mosteiro Jerónimo de Nossa Senhora da Pena e iniciou a sua adaptação a palacete. Para dirigir as obras, chamou o Barão de Eschwege, que se inspirou nos palácios da Baviera para construir este notável edifício. Extremamente fantasiosa, a arquitectura da Pena utiliza os "motivos" mouriscos, góticos e manuelinos, mas também o espírito Wagneriano dos castelos Schinkel do centro da Europa.
Uma das atracções do palácio é a janela “bow window” que recebeu na sua base, em relevo, uma figura de um ser híbrido, meio-peixe, meio-homem, saindo de uma concha com a cabeça coberta por cabelos que se transformam num tronco de videira cujos ramos são sustentados pela enigmática personagem, relembrando propositadamente o homem barbado da janela da sala do coro do Convento de Cristo de Tomar, transformado aqui num ser monstruoso de carácter quase demoníaco. Este conjunto, conhecido por pórtico do Tritão, foi programado por D. Fernando, que o desenhou como um «Pórtico allegórico da creação do mundo», e parece condensar em termos simbólicos a teoria dos «quatro elementos».
O que me fascina neste palácio é a mistura de estilos entre o neogótico, neomanuelino, neo-islâmico e neo-renascentista.
Até chegar ao palácio percorri o parque da Pena, onde me fui cruzando com jardins, lagos, fontes, grutas, pequenas casas e várias espécies de plantas. O meio envolvente do palácio reflecte um ambiente romântico e ao mesmo tempo exótico.
Nesse mesmo dia visitei toda a vila de Sintra (que vou ter oportunidade de descrever num outro post), percorrendo as suas ruas fui descobrindo todos os seus encantos nos vários Palácios, Monumentos e paisagens que podemos desfrutar nesta vila.









Torre de Belém

Construída estrategicamente na margem norte do rio Tejo, entre 1514 e 1520, para defesa da barra de Lisboa, é uma das jóias da arquitectura do reinado de D. Manuel I.
No conjunto arquitectónico podemos separar dois corpos distintos, modelos da arquitectura militar: a torre de menagem medieval e o baluarte moderno que, com dois níveis para disparo de artilharia, permitia um tiro de maior alcance, rasante e em ricochete sobre a água.
Este monumento está repleto de decoração Manuelina que simboliza o poder do rei: calabres que envolvem o edifício, rematando-o com elegantes nós, esferas armilares, cruzes da Ordem Militar de Cristo e elementos naturalistas.
Com o passar do tempo, e com a construção de novas fortalezas, mais modernas e mais eficazes, a Torre de Belém foi perdendo a sua função de defesa.
Durante os séculos que se seguiram, desempenhou funções de controlo aduaneiro, de telégrafo e até de farol.
Foi também prisão política, viu os seus armazéns transformados em masmorras, a partir da ocupação filipina (1580) e em períodos de instabilidade política. Finalmente, em 1983 a UNESCO classificou-a Património Cultural de Toda a Humanidade.
O que mais aprecio na Torre de Belém é o seu enquadramento no rio Tejo e o estilo Manuelino. No seu interior podemos desfrutar da paisagem para o rio Tejo e para a outra margem do rio.







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