Mérida é uma cidade de Espanha e da comunidade autónoma da Estremadura, situada nas margens do rio Guadiana.
Augusta Emérita foi fundada por ordem do imperador Augusto, no ano 25 a.C., como prémio para os veteranos da V legião Alaudae e X legião Gemina, que lutaram contra os cantábricos e os asturianos. Roma designou-a capital de uma das províncias da península, a Lusitânia.
Possui vários testemunhos desse passado, tais como o teatro e o anfiteatro romanos, entre outros.
O conjunto arqueológico de Mérida está classificado como Património da Humanidade da UNESCO, desde 1993.
Começamos a nossa visita pelo recinta onde se situa o conjunto arqueológico de Mérida. Neste recinto observamos vários legados romanos.
Um dos monumentos mais importantes do recinto é o Teatro Romano que foi mandado construir pelo cônsul Marco Vipsânio Agripa e inaugurado, possivelmente, entre os anos 16-15 adC.
Este é um dos mais relevantes monumentos da cidade e desde 1933 alberga o Festival de Teatro Clássico com o qual recupera a sua função original.
O teatro sofreu várias remodelações, a mais importante foi em finais do século I, possivelmente na época do imperador Trajano, quando se levantou a actual frente do palco, e outra entre os anos 330-340.
Outro monumento é o anfiteatro que foi inaugurado no século VIII a.C. Tem uma forma oval e uma capacidade para 14.000 pessoas. Era destinado a lutas entre gladiadores e a corridas. O anfiteatro é composto por seis partes principais: a arena (coberta de areia), onde se davam as lutas e corridas; o local destinado às feras e aos apedrejos dos gladiadores; os corredores (passagens); a spolania, local destinado aos gladiadores; o podium, onde se recebiam os prémios; os corredores de entrada e saída, que eram destinados a combates de gladiadores.
Em seguida visitamos o circo romano que foi construído na colónia romana de Emerita Augusta, fundada a 25 a.C.por Augusto (r. 27 a.C.-14 d.C.), para os soldados licenciados do exército romano de duas legiões veteranas das Guerras Cantábricas: Legio V Alaudae e Legio X Gemina. O termo emeritus significada em latim "retirado" e referia-se, neste caso, aos soldados distinguidos com honra.
Fora do recinto arqueológico visitamos os aquedutos: destacam-se, pelo seu estado de conservação, o aqueduto de São Lázaro e o Aqueduto dos Milagres. Este é assim chamado devido às manifestações de incredulidade popular que pensavam ser milagre, ter-se conseguido construir esta estrutura.
Construído entre o século I a.C. e a segunda metade do século III, serviu para trazer água desde o lago artificial Proserpina até à cidade de Emérito Augusta, sobre a depressão do leito do rio Albarregas, afluente do Guadiana. Mede 830 metros de largura e 25 de altura.
Ao longo do percurso realizado pela cidade moderna cruzamo-nos com o Templo de Diana, este é um grande edifício, que era um dos mais majestosos da cidade. Era um edifício de caracter religioso. Apesar de se designar como Templo de Diana e por isso se julgar consagrado a esta deusa, escritos revelam que este tempo não servia apenas para culto religioso, mas sobretudo para culto imperial, tendo sido erguido em homenagem e dedicação ao imperador. Foi erguido na era Augusta e o seu nome leva a que muitas vezes surja a confusão com outro templo homónimo, erguido na cidade de Évora, no Alentejo.
Este é retangular, cercado por colunas (períptero) e com seis colunas na parte da frente. Supõe-se que para além do templo existia na época um jardim com um lago. No século XVI, e com base na estrutura do templo foi construído um palácio para o Conde de Corbo.
Perto do templo de Diana, deparamo-nos com o Pórtico do Foro romano que era a entrada para o Fórum Municipal de Emerita Augusta. Foi construído no século I dC e neste foram descobertos medalhões e escudos com a cabeça de Medusa e Júpiter, que estão armazenadas atualmente no Museu Nacional de Arte Romano, em Mérida. Este situa-se muito próximo ao Templo de Diana e ao Museu Nacional de Arte Romana.
No meio da cidade também encontramos o Arco de Trajano, este tem sido chamado de Trajano, mas realmente não se sabe se foi construído na época deste imperador. Acredita-se que abaixo deste grande arco passa uma das ruas mais importantes da cidade.
Fora do legado romano visitamos a alcáçova que se ergue junto à ponte romana sobre o Guadiana, e constitui-se, na atualidade, em um dos melhores exemplos de construção defensiva do período muçulmano na Península Ibérica.
A fortificação foi erguida por Abderramão II em 835 como um bastião para o controle da cidade, que desde 805 vinha se rebelando continuamente contra o domínio emiral. É considerada como a primeira alcáçova islâmica na península.
De caracter religioso visitamos a Basílica de Santa Eulalia que foi construída sobre o local ocupado por uma basílica do século IV, que foi destruída pelos almóadas. O atual edifício é românico. Ele tem uma basílica com três naves e uma abside semicircular no interior e em linha reta para fora. As capelas têm elementos visigodos e góticos. No subsolo da basílica, encontra-se restos de casas romanas e uma necrópole cristã.
Por fim, demos um passeio pelas praças da cidade e descansamos numa bela esplanada apreciando o movimento das gentes da cidade.
No que se refere à gastronomia de Mérida, esta baseia-se, tal como no resto da Extremadura, nos produtos da terra, tornando-se cada vez mais popular, a partir de vegetais, queijos e carne. Um dos produtos estrela é o presunto, os chouriços de sangue ou pepperoni.
A visita à cidade de Mérida foi fantástica, adoramos a sensação de estar no meio de séculos de construção e passearmos por uma cidade moderna cruzando-nos com monumentos históricos, descobrindo assim o passado.
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