Bem próxima com a fronteira de Espanha, situada entre Castelo de Vide e Portalegre, no ponto mais alto da bonita Serra de São Mamede, na região Alentejana, encontra-se a encantadora Vila de Marvão.
Num ambiente de paz de espírito e tranquilidade, rodeada por muralhas do século XIII e do século XVII, Marvão ergue-se bem alta esta histórica vila de ruas sinuosas e branco casario, mostrando que o tempo não é tão rápido e veloz como tantas vezes parece.
Os vestígios históricos da região remontam aos períodos Paleolítico e Neolítico, tendo sido encontrados inúmeros menires e antas, bem como uma importante estação romana, que atestam a longevidade destas paragens.
A sua localização estratégica, por se encontrar no ponto mais alto da Serra de São Mamede, com difíceis acessos, que serviram como protecção natural, e tão próxima da fronteira, fez com que fosse um bastião defensivo Português durante séculos, travando-se aqui diversas batalhas e lutas políticas.
O toponimo “Marvão” deriva de Ibn Marwan al-Yil’liqui, conhecido por “o Galego”, um guerreiro Mouro que criou uma espécie de reino independente sedeado em Badajoz, e que procurou refúgio em Marvão, corria o século IX.
Ao visitar Marvão tem-se a certeza de se visitar a própria história, que corre nestas ruas estreitas de arquitectura alentejana, heranças góticas, manuelinas e testemunhos medievais de outros tempos e mesteres, marcados no típico granito local.
O Castelo e as imponentes muralhas do século XIII são monumentos inesquecíveis da Vila, mas Marvão tem bem mais para oferecer, como a Igreja Matriz do século XV, a antiga Igreja de Santa Maria, hoje interessante Museu Municipal, albergando colecções etnológicas e arqueológicas da região.
O Castelo de Marvão foi uma fortificação estratégica de detenção, orientada para a fronteira, de que dista uns escassos 13 Km. Constituiu também um eficaz lugar de refúgio e um extraordinário ponto de observação e vigilância, já que dominava claramente a segunda via mais importante de penetração dos exércitos do país vizinho, a partir de Valência de Alcântara, numa vasta zona do Alto Alentejo que vai de Badajoz ao rio Tejo.
Na caminhada pela vila fomos nos cruzando com várias igrejas e capelas, como:
A igreja de Santa Maria, de 1321, primeiramente, dependente da Ordem do Hospital, de seguida, Priorado da Ordem de Malta, é uma construção, na sua estrutura gótica, que as remodelações, a partir do século XVI, modificaram, em parte, levantada, tal como a igreja de São Tiago, nos lugares altos da Vila.
A Igreja de São Tiago, situada a pouca distância de Santa Maria, no mesmo plano, é paróquia do século XIV, igualmente, da Ordem do Hospital, passando a Priorado de Malta. O volume arquitetónico próximo da igreja anterior, conserva grande parte, além do espaço, dos elementos primitivos góticos.
A igreja do Calvário, postada na parte baixa da Vila, é um edifício com planta poligonal, na construção tradicional dos templos desta invocação, com cúpula, abrigando as imagens da Virgem e São João. Obra do século XIX, reflete a piedade popular dos "Passos" que se expandiu neste século, por todo o Alentejo.
Do alto de Marvão tem-se vistas surpreendentes sobre toda a envolvente área, destacando-se pontos como a Torre de Menagem ou a Pousada de Santa Maria, de onde se conseguem panoramas fenomenais.
No que se refere à gastronomia temos como pratos típicos, Chibo de Cachafrito, Migas de Batata, Alhada de Cação, Sopas de Cachola e como doces temos Broas dos Santos.
A vila de Marvão está repleta de encantos, considero-a uma das vilas mais cativantes da região alentejana.
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