O concelho de Lousada, está integrado na região do Vale de Sousa, e está situado no distrito do Porto.
Este é banhado pelos caudais do rio Sousa, do rio Mesio e do ribeiro da Ermida, afluente do rio Vizela.
Desde tempos imemoriais que se sabe que o local onde actualmente se encontra o concelho de Lousada é uma região habitada. A natureza em extensão, plena de terrenos férteis deixava adivinhar a passagem de muitos povos nómadas que, atraídos pelos verdejantes espaços, se teriam fixado em busca de abrigo, segurança e sobrevivência. Estas são terras onde abunda a água e a floresta.
Uma das mais antigas referências ao actual espaço do concelho de Lousada remonta ao século VI, quando Meinedo foi sede da diocese do Porto. Alguns séculos mais tarde, em 17 de Janeiro de 1514, Lousada recebeu de D. Manuel I a carta de foral e categoria de vila.
A palavra “Louzada” significa pedreira ou terra onde há lousas. E efectivamente as lousas lá se vêem no sítio e imediações do citado “logarejo da freguezia” de Santa Margarida.
Há quem também quem narre que o nome de Lousada derivar do facto destes lugares terem sido dados a algum dos Lousadas que vieram de Espanha tomar parte na batalha do Toro ao lado de D. Afonso V, ou porque algum deles aqui viveu.
O concelho é riquíssimo em património, património este nas suas diferentes vertentes. É rico e muito diversificado o património Lousadense - cruzeiros, alminhas, igrejas, fontanários, portões em ferro forjado que fecham o caminho para os solares do séc. XVII - XVIII, capelas, um pelourinho, assim como exemplares dignos e incluídos na rota do românico.
Iniciamos a nossa visita pelo centro da cidade, onde nos deparamos com uma vila pacatíssima e familiar, ao centro da vila encontramos um pequeno jardim, sobre o qual assenta a moderna igreja paroquial capela do Sr. Dos Aflitos.
Em seguida, rumamos para as atrações românicas do concelho de Lousada e visitamos a Torre de Vilar, construída entre a segunda metade do século XIII e o início do século XIV, esta evidencia o poder senhorial sobre o território, sendo um testemunho da existência da domus fortis, uma residência senhorial fortificada no Tâmega e Sousa.
Outra atração é a Igreja do Salvador de Aveleda que surge em 1177, quando Vela Rodrigues doa ao Mosteiro do Salvador de Paço de Sousa os bens que possuía em Lousada, herdados de seu pai, Rodrigo Viegas, e dos seus avós, Egas Moniz e Teresa Afonso. O orago da Igreja consta em documento de 1218, bem como nas Inquirições de 1258. A Igreja do Salvador de Aveleda é, deste modo, uma construção românica tardia, cujo interior foi objeto de uma campanha decorativa no decorrer do século XVIII.
Continuamos o nosso percurso e deparamo-nos com a Ponte de Vilela que deverá datar dos séculos XVII-XVIII, sendo certo que já existia em 1758, pois é referenciada nas Memórias Paroquiais. A Ponte é utilizada para assegurar a travessia do rio Sousa entre os lugares de Vilela, de Vilar de Nuste e de Cartão.
Por fim, visitamos a Igreja de Santa Maria de Meinedo, apesar de ser desconhecida a data da sua fundação, deverá ter sido erigida entre o final do século XIII e o início do século XIV, embora o templo perpetue esquemas decorativos e soluções construtivas que seguem os modelos românicos. Apesar desta datação tardia, o prestígio da Igreja é muito grande, uma vez que Meinedo foi sede de um Bispado no século VI.
Após esta visita comprovamos que o concelho de Lousada é de grande riqueza cultural e etnográfica, fruto de um profundo apego e enraizamento na paisagem, no clima e nos trabalhos agrícolas.
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