18 de agosto de 2013

Leiria



Leiria é uma cidade situada no centro do país e banhada pelos Rio Lis e Lena. 

O concelho recebeu o primeiro foral de D. Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal, em 1142 , sob o nome de Leirena.

A história da ocupação humana junto às margens do rio Lis e seus afluentes é muito anterior à Idade Média. Há centenas de milhar de anos, durante os primórdios da ocupação humana na Península Ibérica, quando os instrumentos principais eram feitos de pedra, o homem deixou-se encantar por estas paisagens envolventes, entre o mar e a serra...

Entre o Castelo e o Rio Lis nasceu e cresceu a cidade de Leiria. A sua fundação medieval surge no movimento da reconquista cristã aos muçulmanos, protagonizado pelo primeiro rei português – D. Afonso Henriques. Foi precisamente na dinâmica das conquistas territoriais para a fundação do reinado de Portugal, que o rei Conquistador mandou edificar o Castelo, ainda na primeira metade do século XII.





Este foi, definitivamente, o ponto de partida para o intenso povoamento da região de Leiria.
Após a fundação do Castelo, com o aumento da população, a vila expande-se para fora das muralhas. Em 1545 é elevada a Cidade e a Diocese.

Ainda hoje o Castelo de Leiria permanece indelével símbolo monumental da história da Cidade. Guarda no interior das imponentes muralhas os vestígios das diversas fases de ocupação: desde fortaleza militar a palácio real.






Foi amuralhado em 1195, a mando de D. Sancho I, e, em 1324, D. Dinis mandou construir a torre de menagem, e transformou a fortaleza em palácio. As Invasões Francesas provocaram danos elevados, mas o Castelo de Leiria conseguiu preservar a sua beleza. O castelo, tal como hoje se apresenta, é fruto de uma recriação recente. Do alto do castelo, avista-se o tecido urbano da cidade, assim como a sua periferia rural.

No fim do século XV, o rei D. João I construiu um palácio real dentro das muralhas do castelo. Este palácio, com elegantes galerias góticas que possibilitam vistas maravilhosas da cidade e da meio envolvente, ficou totalmente em ruínas, mas foi parcialmente reconstruído no século XX. D. João I foi também o responsável pela reconstrução da Igreja de Nossa Senhora da Pena, localizada dentro do perímetro do castelo, num estilo gótico tardio.







Leiria foi igualmente um importante marco na história dos Descobrimentos Portugueses, pois foi na sua área que as madeiras do Pinhal de Leiria foram semeadas e permitiram muita da construção naval que permitiu ao País navegar para outros mundos, levando o seu nome mais além. Foi D. Afonso III no século XIII que deu início à plantação dos pinheiros, e com o Rei D. Dinis (entre 1279 e 1325) esta cultura foi intensificada. 

De facto o Pinhal de Leiria teve grande importância noutras ocasiões, como nos séculos XVIII e XIX, em que a expansão industrial e o aumento demográfico trouxeram a necessidade de produzir carvão de madeira, tanto para alimentar os fornos das indústrias metalúrgicas e de vidro tão importantes na Região centro do País, como para o aquecimento das populações. 

Leiria possui um Património de relevo, que merece uma visita atenta, como é o caso do Santuário de Nossa Senhora da Encarnação, a Sé Catedral (século XVI), a Igreja da Misericórdia e a Judiaria (a Igreja foi construída no século XVI em cima das ruínas da Sinagoga), ou mesmo um agradável passeio à Cidade Velha. 

A Sé Catedral de Leiria teve início a sua construção em 1559, em pleno século XVI, sendo a sua edificação concluída apenas na segunda metade do século XVII. Embora apresente a verticalidade das catedrais góticas, nela transparece o sentido de proporção das suas partes dado pelo cálculo matemático, dentro de um espírito tipicamente renascentista e classizante em que a ideia de projeto arquitetónico ganha uma dimensão moderna. É desprovida de torre sineira. Um adro alto dos inícios do século XVII, corrido por uma balaustrada de pedraria, envolve o edifício.





Outra igreja da localidade é a Igreja e Convento de São Francisco que foi remodelado ao longo dos séculos, este apresenta pormenores renascentistas e barrocos. No século XX, esteve prevista a sua demolição mas sobreviveu como cadeia e, a partir de 1920, foi cedido à Companhia Leiriense de Moagens. Iniciada a recuperação em 1992, foram descobertas pinturas murais quatrocentistas.

Deparamos também com o Convento de Santo Agostinho que iniciou a sua construção no último quartel do século XVI e só viria a concluir-se no século XVIII. Salientam-se o claustro do Convento e a fachada barroca ladeada por duas torres. No edifício do convento anexo são dignos de referência alguns painéis de azulejos dos séculos XVII e XVIII.

A gastronomia local é outra das atrações da cidade temos como pratos típicos a Morcela de Arroz, Negritos, Lentriscas, Bacalhoada com migas, Fritada dos peixinhos, Chanfana (Chainça), Bacalhau com Chícharos, entre outros.

Os Doces Regionais são as Brisas do Lis, Lampreia de Ovos, Ovos Folhados, Bolinhos de Pinhão, Castanhas queimadas, Canudos de Leiria, Doce de amêndoa e os Filhós de abóbora.

Concluindo, a cidade de Leiria tem um conjunto de belezas naturais e um vasto património arquitetónico, museológico e gastronómico a descobrir.



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