28 de novembro de 2011

Chaves



Chaves situa-se na província de Trás-os-Montes, pertencente ao distrito de Vila Real, região do Alto Tâmega.

Desde tempos remotos que Chaves foi local de eleição de diferentes povos, encontrando-se vestígios de ocupação humana em tempos Paleolíticos, e posteriormente tendo sido povoada por Suevos, Visigodos, Mouros e, claro, Romanos cujo imperador Flávio Vespasiano a apelidou de “Aquae Flaviae”, reconhecendo a qualidade das nascentes termais, com propriedades curativas, sendo mesmo as mais quentes da Europa (cerca de 73ºC), ainda muito aclamadas nos dias de hoje.
Com uma grande importância estratégica dado a sua posição geográfica, Chaves foi um importante ponto na Idade Média, tendo mesmo resistido heroicamente à anexação a Castela no séc. XVI.

É com D. Afonso Henriques, que Chaves passa a integrar o território Português, sendo-lhe concedido foral em 1258 por diploma de D. Afonso III, o qual casara em Chaves com D. Beatriz filha ilegítima de D. Afonso X de Castela.

Chaves apresenta imensos pontos interessantes, percorremos o seu Centro Histórico digno de relevo, e visitamos a bonita Praça Camões, e os inúmeros templos por todo o município, como as Igrejas de Santa Maria Maior, de São João de Deus (século XVIII), a da Misericórdia (século XVII), a de Nossa Senhora do Rosário (situada no Forte de São Francisco) e as Capelas de Santa Catarina, a de Nossa Senhora do Loreto (também conhecida por Senhora da Cabeça, século XVII)), a barroca Nossa Senhora da Lapa, a de Nossa Senhora das Brotas (no Forte de S.Neutel), a da Senhora do Pópulo (em Santo Amaro, século XVI).






A igreja de Santa Maria Maior é a igreja matriz de Chaves que se situa na praça de Camões. Esta é de raiz medieval, os primeiros escritos sobre ela, datam das Inquirições Afonsinas de 1259.





A Igreja misericórdia situa-se em pleno centro histórico, perto da igreja matriz. Construída no século XVII, esta igreja é tipicamente barroca. A fachada do templo, granítica, antecedida de uma escadaria também de pedra, está pormenorizada e cuidadamente decorada com pilastras e janelas.



Perto da praça Camões deparamo-nos com a torre de menagem do castelo de Chaves. Do que dele resta, apenas a Torre de Menagem se mantém como história viva de épocas conturbadas da reconquista cristã e de dote real para a resolução dos vários problemas políticos entre lusos e espanhóis.





Esta torre está envolvida por um belo jardim, onde estão expostas algumas peças do Museu da Região Flaviense. O jardim está limitado por muralhas construídas aquando da fortificação da vila, por altura das Guerras da Restauração, onde podemos usufruir de uma bela vista sobre o vale de Chaves e a Serra do Brunheiro.





Fora da zona histórica visitamos o Forte de S. Francisco e o Forte S. Neutel.

O Forte de S. Francisco tinha a função de defender a fronteira com a Galiza. Neste momento, o forte é ocupado por um luxuoso complexo turístico, o Hotel Forte de São Francisco.




O Forte de S.Neutel foi construído por imposição da eventualidade da guerra da restauração. Não estava ligado ao sistema defensivo de Chaves pelo que os seus construtores tiveram que dotá-lo de uma segunda muralha externa, e de um fosso interno inspirado no sistema Vauban. Foi também neste local que decorreu o combate travado em 1912 entre as forças do regime republicano, militares e civis.




Porém muitos outros pontos de interesse existem na região de Chaves, como todo o legado romano, ou o Museu da Região Flaviense, alojado no antigo Paço dos Duques de Bragança (século XV), que exibe uma variedade de achados arqueológicos, a Misericórdia de Chaves, instalada no antigo hospital, século XV, o Convento da Ordem de Nossa Senhora da Conceição (século XVII) e todo o ambiente medieval que se respira pela cidade.


Depois de percorrermos o património cultural e religioso, decidimos desfrutar da beleza natural da cidade e dirigimo-nos para a beira-rio onde se encontra o ex-líbris da cidade, a Ponte de Trajano.

A Ponte de Trajano, também conhecida como Ponte Romana de Chaves, foi construída entre fins do século I e o início do século II d.C. A par do desenvolvimento das Termas, constitui um dos melhores legados romanos da antiga Aquae Flaviae, que prevalece até aos nossos dias, resistindo a históricas cheias, e às fortes correntes do Rio Tâmega.




Digna de registo é a apreciada Gastronomia típica da zona, com os seus famosos enchidos e carnes curadas, e o tradicional Artesanato que tem sido mantido ao longo dos séculos, com destaque para trabalhos em barro preto, a cestaria de Vilar de Nantes e as Mantas de Soutelo.

Como sou admiradora dos pastéis de Chaves, dirigimo-nos a uma confeitaria na zona histórica da cidade para saborearmos uma das iguarias locais.

Concluindo, Chaves é uma cidade surpreendente com serras, montanhas, vales verdejantes e aldeias de granito, que preservam o ambiente medieval.

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