30 de março de 2011

Barcelos


Barcelos é uma bonita cidade do Norte do País, que pertence ao Distrito de Braga, e situa-se no coração da região Minhota, muito famosa pelos seus produtos artesanais, mormente de olaria e cerâmica, com o famoso Galo de Barcelos, já transformado em símbolo nacional.


A cidade medieval fortificada estende-se numa colina acima do rio Cavado, e as suas ruas encantadoras são ladeadas por casas barrocas.



As origens da localidade de Barcelos são bem antigas, remontando a povoados pré-históricos e tendo sido habitada por diversos povos como Cartagineses ou Romanos.
Em 1140 recebia já foral do primeiro Rei Português, D. Afonso Henriques, atestando desde logo a importância do local que desde sempre assumiu uma posição estratégica na comunicação entre o litoral e interior, Portugal e Castela.

Quando visitei Barcelos estava a decorrer na cidade a festa das Cruzes. É inegável que as Festas das Cruzes são, entre as festas populares minhotas, as mais famosas e mais conhecidas, sendo por isso uma das romarias mais concorridas e típicas do Minho e um dos mais importantes acontecimentos da Vida de Barcelos.

Nesta festa cruzei-me com carrosséis, barracas de diversão, corridas de Cavalos, espectáculos de circo, cortejos etnográficos, torneios e concursos, entre muitos outros acontecimentos de natureza Popular.




Como é tradição nestas festas também visitei a feira, com bancas de fruta e legumes sazonais, queijos caseiros e belas peças de cerâmica, bem como todo o tipo de artesanato, em que o protagonista é naturalmente o galo de Barcelos. Aproveitei este momento para comprar um Galo e trazer de recordação para a minha colecção de souvenirs.

Perto da feira visitei o Passeio dos Assentos, um belo jardim, onde as cores vivas das flores embelezam os caminhos que se cruzam com os monumentos do século XVIII, em estilo rococó provincial.


Terra de rica história e fortes tradições é, também, dona de um património admirável, como é visível mal se chega à cidade através da sua Ponte do século XIV, ou na sua Igreja Matriz (século XIII), na Torre de Menagem (século XV), no românico/gótico Pelourinho, nas Igrejas de Nossa Senhora do Terço, da Misericórdia e do Bom Jesus da Cruz ou mesmo nas ruínas do Paço dos Duques de Bragança ou dos Condes de Barcelos, datado do Século XV, onde está instalado o Museu Arqueológico. Este local também exibe um cruzeiro que descreve a história do Galo de Barcelos.

Igreja Bom Jesus da Cruz
                                                           Interior da Igreja Matriz
Pelourinho Gótico e Museu arqueológico

                        Ruínas do Paço dos Duques de Bragança ou dos Condes de Barcelos, actualmente Museu  Arqueológico

A lenda do Galo de Barcelos
Segundo a lenda, foi cometido um crime em Barcelos e os habitantes locais estavam receosos, pois o culpado ainda não tinha sido descoberto. Um dia, um peregrino galego chegou à cidade e, como era um desconhecido, tornou-se um suspeito. As autoridades decidiram prendê-lo, apesar deste reclamar a sua inocência. Ninguém acreditou que este estranho estaria a caminho de Santiago de Compostela.

O peregrino foi condenado à morte por enforcamento, mas antes da sua execução, o galego pediu para ver o juiz que o havia condenado. Quando chegou à casa do juiz, este estava num banquete com os seus amigos. O peregrino declarou novamente a sua inocência e, perante a descrença de todos os presentes, ele apontou para o galo assado que se encontrava em cima da mesa e disse: “Se eu for inocente, este galo irá cantar três vezes.”

O que parecia impossível tornou-se, porém, realidade! Quando o peregrino estava prestes a ser enforcado, o galo ergueu-se e cantou três vezes. O juiz ficou tão assombrado por este milagre que libertou o peregrino. De acordo com a lenda, o galego voltou anos mais tarde para esculpir o Cruzeiro do Senhor do Galo, hoje em dia presente no Museu Arqueológico de Barcelos.




Desde então, os coloridos galos de cerâmica têm sido vendidos por todo o país como símbolo de boa sorte.

Foram várias as atracções que encontrei na cidade de Barcelos e o facto de a ter visitado na primeira semana de Maio, no decorrer da Festa das Cruzes, enraizou o sentimento de tradição, que tinha vindo a sentir no decorrer do passeio pela cidade, mas que foi fomentado com os cânticos, as danças, os cortejos e diversões com que me fui cruzando.

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