1 de setembro de 2011

Toxoplasmose - O maior perigo está onde você nem imagina


Li o seguinte artigo redigido pela Dra. Claudia Batistella Scaf, e tenho todo o interesse em partilhar, na medida que alerta para um mito que contribui para o abandono de muitos animais. De forma a desmistificar o problema da Toxoplasmose leiam o artigo que se segue: 


                                         Foto retirada do site: http://www.hvp.pt/2010/06/15/toxoplasmose-felina/


A toxoplasmose é uma zoonose (doença transmitida dos animais aos homens) causada por um protozoário chamado Toxoplasma gondii. Infelizmente, não faz parte da rotina médica o atendimento de zoonoses, mas para nós, médicos veterinários, é muito comum. Nós lutamos todos os dias para derrubar o mito de que o gato é o grande vilão da toxoplasmose; queremos mostrar à população como realmente acontece a transmissão.

Realmente, não se pode negar, o Toxoplasma Gondii é um protozoário que tem o seu ciclo de vida em diversos carnívoros, mas somente no felino ele é capaz de completá-lo e infestar o meio ambiente.

Mas há um caminho longo e cheio de barreiras para que uma pessoa adquira a doença directamente do injustiçado gato.

Em primeiro lugar, não são todos os felinos que tem predisposição para fazer a doença, mas somente aqueles que ingerem carne crua ou mal assada ou que são caçadores (baratas, ratos, etc.). Para que ocorra transmissão para o gato, é necessário que este coma a carne que contenha os cistos do toxoplasma. Na maioria, são animais que tem acesso à rua e que estão com seu sistema imune comprometido. Estima-se que apenas 1%-UM EM CEM!- da população felina albergue o protozoário.

Em segundo lugar, o gato, se estiver contaminado, só elimina o parasito nas fezes durante 15 dias e apenas uma vez em toda a sua vida. Geralmente esta eliminação ocorre 10 dias após se ter infectado.

Em terceiro lugar, para ocorrer a contaminação de pessoas a partir das fezes do gato, é necessário que estas fezes fiquem no ambiente por, NO MÍNIMO, 48 horas, caso contrário, o ciclo não se completa!

Os gatos possuem o hábito de limpar-se, não deixando restos de fezes no pêlo, e enterram seus excrementos.

Porém, mesmo que não se limpem, já há estudos que mostram que não há viabilidade de infecção caso hajam fezes agarradas no pêlo do animal.

A possibilidade de contaminação do proprietário do gato pelo próprio gato é mínima ou inexistente.

Acariciar um gato e tê-lo como animal de companhia não representa perigo. Mordidas ou arranhões do gato também não transmitem toxoplasmose.

O mais comum é que a doença seja adquirida via ingestão de carnes mal cozidas, e também pela ingestão de verduras e legumes mal lavados e falta de higienização das mãos após o manuseio com terra.

Ademais, somente pessoas imunodeficientes ou as mulheres grávidas que nunca tiveram contacto com o parasita formam o grupo de risco.

Se fizermos sorologia numa determinada população a maioria será positiva para toxoplasmose, não pelo fato de terem a doença, mas sim porque, em algum momento da vida, houve contacto com o cisto do parasito e o corpo produziu anticorpos, e estes anticorpos permanecem para o resto da vida.

Portanto, que fique bem claro que beijar, abraçar, dormir com gatos NÃO LEVA À TRANSMISSÃO DA TOXOPLASMOSE!
A prevenção da toxoplasmose se dá com boas práticas de higiene, tais como limpar a caixa de areia dos felinos diariamente, não ingerir alimentos crus ou mal-cozidos sem prévio congelamento por 48 horas, não ingerir leite in natura, limpar cuidadosamente qualquer material que entre em contacto com carnes cruas, e fazer uso de luvas ao realizar jardinagem.

Além disso, evite que seu gato tenha acesso à rua e, é claro, o animal deve ser vacinado, desparasitado e examinado regularmente por um médico veterinário para que se evite qualquer doença.

Na dúvida? Faça uma sorologia, sua e do seu felino, para toxoplasmose.

E por favor, não abandone seu animal de estimação!”


  Texto escrito por. Renata Frechetty e Vera Lucia Guzman.

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