13 de julho de 2011

Carcassonne


Retomando a descoberta pelo sul de França, o quarto dia do itinerário nasce sob um sol brilhante e quente. Este foi o dia dedicado à descoberta da cidade de Carcassonne e seus arredores. A expectativa era grande, porque já conhecia a cidade medieval por fotos e tinha conhecimento que esta era encantadora.

Sinto um grande fascínio por cidades amuralhadas, medievais, onde as suas ruas reflectem as marcas do tempo.



A cidadela de Carcassonne é conhecida sobretudo como uma cidade fortificada medieval, ocupada pelo homem desde o século VI a. C, primeiro de uma forma gaulesa e depois como uma cidade romana no séc. III a IV d. C.

A parte mais antiga de Carcassonne foi construída no século IX, sendo depois aumentada nos séculos XII e XIII. Foi o rei francês Luís IX, da dinastia dos Capetinos e que entraria para a história com o nome de São Luís, que em 1240 teve a ideia de construir uma segunda linha de muralhas em torno de toda a cidade, pois assim eventuais ofensivas precisariam romper duas barreiras em vez de apenas uma. A eficiência desta defesa foi tão grande que durante a guerra dos cem anos com a Inglaterra, quando os Ingleses chegaram até o sul da França, eles conseguiram atear fogo à torre mais baixa de Carcassonne, mas não conseguiram entrar e dominar a cidadela.

No lado oeste desta fortificação primitiva repousa o castelo construído no século XII pelos Viscondes de Trencavel.

A cidade medieval de Carcassonne é classificada como Património Mundial, pela Unesco, esta é considerada a cidade medieval mais bem preservada da Europa.

À medida que as suas torres e a sua grande muralha se tornavam visíveis e cada vez mais próximas, a emoção e o espanto cresciam. Ao apreciar a Cité Medievel ao longe senti que o passado surgia por entre as muralhas - estávamos perante uma cidade ilustrada nos livros de encantar.



Entramos na muralha externa pela porta Porta d’Aude, chamada anteriormente de porta Toulouse. Esta porta abriu-se no século XII.



Ao entrarmos na vila encontramos várias ruelas para seguirmos caminho, o entusiasmo era muito e o nosso interesse era conhecer, explorar, vivenciar e perdermo-nos entre as muralhas e ruelas da cidade, sem perdermos um único recanto da mesma.





Atravessamos a cidade medieval até chegarmos à outra entrada a porta Narbonnaise, que tem como acesso uma ponte levadiça.



Continuamos a percorrer as vielas estreitas e movimentadas e por cada recanto que passávamos sentíamos um pouco da história desta cidade.




A história de Carcassone está também muito ligada ao Catarismo, uma seita cristã politeísta, surgida na região de Languedoc, em fins do século XI. Os adeptos desta religião, conhecidos como Cátaros, tinham a sua própria interpretação das leis divinas, muitas delas contraditórias à igreja católica. Também acreditavam que os homens não precisavam de intermediários para se dirigirem a Deus, assim não reconheciam a autoridade do Papa ou dos seus bispos.

Deste modo, a igreja católica queria banir os Cátaros, e declarou que os moradores de Carcassonne eram todos hereges. Assim, convocou os cruzados para invadirem a cidadela e destruírem com os Cátaros.

Seguindo a ordem Papal, foi organizado um exército de cruzados, que se dirigiram a Carcassonne, de forma a invadirem a cidade. Conta-se que os cátaros guardavam, entre seus mais preciosos bens, o cálice que Jesus teria usado na última ceia, conhecido como Santo Graal, e que antes da cidade ser invadida pelos cruzados, alguns Cátaros conseguiram escapar, levando com eles o Santo Graal.

Após invadirem Carcassone, os cruzados tinham ordem de impor aos cátaros o catolicismo. No entanto, praticamente todos se recusaram a abandonar a sua fé e foram condenados à morte na fogueira. Contudo, as ideias religiosas dos cátaros não desapareceram, como pretendiam os cruzados, e muitos dos seus conceitos de fé podem ser encontrados actualmente em outras religiões.

Na cidade medieval encontramos muralhas internas e externas, que fazem o contorno completo da cidade, este perímetro tem cerca de dois quilómetros. Ao percorrermos o caminho entre as duas muralhas encontramos diversas passagens, rampas e torres de guarda.






Após percorrermos as muralhas dirigimo-nos ao castelo, construído no ano 1130, percorremos as muralhas do castelo e o seu interior, onde encontramos salas com relíquias dos séc. XII e XIV.







Outra atracção da cidade medieval é La Basílica de Saint-Nazaire. Supõe-se que a primeira igreja foi construída no século VI, sob o reinado de Teodorico, soberano do reino dos visigodos. O primeiro registo autêntico que menciona esta igreja remonta a 925. De estilo gótico esta basílica é deslumbrante no seu exterior, bem como, no seu interior.






Nas várias vielas da cidade encontramos lojinhas de artesanato, souvenirs, roupas, postais, entre outras. As ruas são muito movimentadas e não deixamos de entrar nas lojinhas para comprarmos um souvenir.

A cidade de Carcassonne não se resume apenas à cidadela medieval, embora esta seja sem dúvida a sua atracção principal. Assim, a nossa visita a Carcassonne não se ficou apenas pela cidade medieval, mas também pela cidade que envolve a cidadela.




Atravessamos para a outra margem do rio l'Aude e passeamos pela ponte velha, onde podemos desfrutar de um belo cenário para a cidadela medieval.



Na cidade percorremos o seu património religioso e cultural, como La Bastide Saint Louis, Catedral de Saint-Michel, Iglesia de San Vicente, Iglesia Saint-Gimer, Palacete de Rolland, Puerta monumental de los Jacobinos e o Canal du Midi, classificado como Património Mundial.



Considero a cidadela medieval de Carcassonne um local único, marcante, fascinante e totalmente inesquecível.

4 comentários:

  1. Obrigada pela vossa descrição de Carcassonne! Gostei muito. É possível conhecer a cidadela num só dia? Sabe dizer-me como se pode deslocar de Carcassonne para Toulouse para um passeio de um dia? Obrigada. Cumprimentos, Sandra C.

    ResponderEliminar
  2. Sandra

    A cidadela de Carcassonne dá para ver num dia, mas terá de começar a visita mesmo de manhã cedo para conseguir ver tudo, se tiver interesse em visitar monumentos fora da cidadela (fora das muralhas) aí aconselho dois dias, porque num dia é muito cansativo.
    No que se refere a Toulouse não a posso ajudar, porque não visitei essa cidade, mas sei que fica relativamente perto de Carcassonne e penso que poderá se deslocar facilmente de uma cidade para a outra.
    Desejo-lhe boa viagem e divirta-se.

    ResponderEliminar
  3. Olá carfil:

    Gostei do vosso blogue e da maneira como está definida por temas. O meu blog não dá permissão de criar temas (da Sapo) mas o do google dá para utilizar mais funcionalidades.

    1 - utlizando o vosso blog como se faz para criar Pedaços do Mundo percorrido: País - cidade ?

    posso fazer com as etiquetas?

    Cumprimentos,
    Jfaria

    ResponderEliminar
  4. Olá
    Neste blogger o primeiro passo é ir a “Esquema” e aqui clico em “adicionar miniaplicação” e aí coloquei o nome da aplicação “Pedaços do mundo percorridos” e fui adicionando os países com o respectivo link para acederem ao mesmos.

    ResponderEliminar