21 de janeiro de 2011

Praga



Conhecida como Pérola do Oriente, a cidade de Praga, capital da República Checa, é uma cidade sedutora.

Sempre tive grandes expectativas relativamente a esta cidade, quando contemplava a sua beleza através de imagens da Internet suspirava, sonhando com o dia que poderia apreciar tal fascínio. Os dias iam correndo e as imagens desta cidade submergiam o meu espírito, escolhi Praga como um destino de eleição e só alcancei a serenidade quando testemunhei o seu deslumbre.

Depois de a visitar considero que as minhas expectativas foram cumpridas e como diria o escritor Franz Kafka "Praga não deixa a gente ir embora, esta velha tem garras".

Por muito que me esforce não consigo descrever o que senti quando cheguei a Praga e me dirigi à ponte Carlos. No meio da ponte rodei o olhar, observei os monumentos que me abraçavam e automaticamente emergiu o pensamento “Estou em Praga!”, proferi em voz alta este pensamento vezes sem conta até me consciencializar que tinha concretizado mais um sonho.
Na minha opinião a ponte Carlos é um dos monumentos mais emblemáticos da cidade de Praga, porque sustenta duas portas seculares nas duas extremidades, bem como várias estaturas ao longo da mesma. A ponte é pedestre e une os dois lados da cidade, é uma construção do século XIV. Durante muitos anos a única decoração da ponte foi um crucifixo, mas mais tarde as autoridades eclesiásticas decidiram orná-la também com figuras de santos católicos, o que resultou nas trinta estátuas hoje existentes, esculpidas entre 1600 e 1800. Tanto de dia, como de noite, esta ponte está sempre repleta de pessoas de várias nacionalidades. O meu ponto de partida nos dias em que estive em Praga foi sempre a ponte Carlos.








Ao longo do passeio pela cidade, em cada rua, fomos contagiados pelo ambiente à nossa volta, descobrindo um encanto novo em cada ruela.

Praga é cortada pelo rio Vltava, e em termos turísticos a cidade pode ser dividida em cinco partes. Josefov, Staré Mésto, Nové Mésto, Malá Strana e Prazský Hrad a Hradcany.

As três principais regiões de Praga, à direita do rio, são: Josefov (Bairro Judeu), Staré Mésto (cidade velha, onde se encontra o centro) e Nové Mésto (cidade nova). Na margem esquerda encontra-se Malá Strana (onde todas as construções são anteriores ao século XIX) e Prazský Hrad a Hradcany (local do castelo de Praga, onde foi fundada a cidade). Os cinco bairros são próximos, pequenos, e devem ser percorrido preferencialmente a pé.

Iniciamos a visita pela praça Starometské Námestí (praça da cidade velha), o coração de Staré Mésto e também o coração de Praga.

Caminhar pela praça da cidade velha é voltar no tempo, os prédios e monumentos integrados na praça são de estilo romanesco, barroco e gótico. As principais atracções no local são a Catedral de Nossa Senhora de Týn, a antiga Câmara Municipal, o relógio astronómico e a igreja de São Nicolau. Aconselho a subiram à torre do relógio e apreciarem a vista sobre a cidade e particularmente sobre a praça e o seus monumentos.




O relógio Radnice, de estilo Medieval, é famoso por juntar centenas de pessoas na praça para assistirem às badaladas e apreciarem os doze apóstolos saindo de uma pequena portinha situada na parte superior do relógio. A seguir a estes seguem-se figuras humanas representando a Avareza, Vaidade, Morte e o Turco. O relógio data do século XV. Em 1865 foi aditado um relógio astronómico, com os símbolos do zodíaco.

Da praça da cidade Velha segui até à Porta da Pólvora. Praga é uma cidade histórica e rica em monumentos imponente e fantásticos, um desses exemplos é a porta das Pólvora, que é uma das construções mais famosas de Praga. A sua origem é do século XXI, mas a construção que se vê hoje teve início em 1475, por ordem do rei Vladislav II. Inaugurada com o nome de Torre Nova, foi posteriormente renomeada no século XXVII como Torre de Pólvora.

Para dar continuidade ao roteiro previsto, seguimos em direcção à “cidade nova”, onde percorremos as ruas com edifícios grandiosos e atractivos.
Nesta zona encontrei a praça Václavske Námesti. Este é o coração da cidade e ao longo desta avenida encontram-se os principais hotéis da cidade, elegantes lojas e vários restaurantes. Entre as construções de destaque estão o Hotel Europa (construção de 1903 em estilo Art Nouveau), Opera Estatal (Státní Opera, principal teatro lírico da cidade), Casa Eslava (Slovanský Dúm, famoso centro cultural) e Museu Nacional (Narodni Muzeum).

Na parte sul da “cidade nova” encontramos a casa dançante, como podem verificar na imagem, um edifico fora do comum que atrai muitos turistas.

Em seguida atravessamos a ponte Carlos e caminhamos até ao Castelo de Praga. A história da cidade começou aqui, no século IX, quando o príncipe Borivoj resolveu aproveitar o lugar, no alto de uma colina, para construir uma fortificação que dominasse a região e as embarcações que transitavam pelo rio Moldava.  O Castelo de Praga é praticamente uma cidade, e no seu interior destaca-se a Catedral de São Vito. Nela, visitei a cripta real e o túmulo de S. João Nepomuceno. É uma das minhas catedrais predilectas tanto a nível exterior, como interior. No momento que fazia precisamente um ano de casada, estava dentro da catedral a contemplar a sua beleza e a pensar “Que grande privilégio estar no dia de hoje em Praga”.





Dentro do castelo de Praga segui para o Palácio Real (na verdade são três palácios sobrepostos, construídos em épocas diferentes, residência dos reis da Boémia), visitei também o Convento de S. Jorge, Palácio Lobkowicz  e a Viela Dourada (rua do século XVI).
Depois de passar uma manhã inteira no Castelo de Praga desci a rua e encontrei Mala Strana que é uma região de ruas antigas, estreitas e curvas, repleta de casas barrocas e renascentistas, igrejas, palácios e lojas diversas. Dizem que esta região é a própria essência de Praga.   Está situada aos pés do castelo de Praga. No coração de Mala Strana situa-se a praça Malastranske Namesti, cercada de lojinhas e simpáticos restaurantes.
Alguns destaques do Mala Strana são a rua Mostecká, rua Nerudova, Palácio Wallenstein, Casa e Igreja de S. Tomás, Igreja de S. Nicolau (Kostel Sv. Mikuláse), Praça de Malá Strana (Malostranské Namésti), e Jardim Ledebour (Ledeburská Zahrada). Esta é uma região pequena, assim todos estes lugares estão relativamente próximos.
Interior da Igreja S. Nicolau

Outra região muito bonita é o Parque Petrin, situado logo abaixo do Castelo de Praga. Com jardins arborizados, chalés e diversas trilhas, é a principal área verde da cidade. As suas atracções são o Labirinto de Espelhos (Zrccadlové Bludisté), a Torre de Observação (Rozhledna), e a igreja S. Miguel (de origem ucraniana). A partir do parque podemos usufrui de uma bela vista sobre a cidade.

Voltando ao outro lado do rio, visitamos o bairro - Josefov - é outra região que não se pode deixar de visitar na cidade. A sua origem vem desde a idade média, quando era habitado por duas comunidades, os judeus vindos do ocidente e aqueles originários do Império bizantino. Durante séculos foram perseguidos e foi o imperador José II, em 1784 que acabou com esta discriminação e incorporou o bairro judeu à cidade de Praga.
O bairro judeu actual tem como atracções históricas o seu cemitério (Starý Zidovský Hrbitov, fundado em 1478, com 12 mil lápides e sepulturas de até 12 camadas), Convento de Sta. Inês (Kláster Sv. Anezky, fundado em 1234 e onde hoje funciona a Galeria Nacional), a Sinagoga Staronová (construída em 1270, a mais antiga sinagoga da Europa) e muitas outras Sinagogas.




Interior da Sinagoga Espanhola

Não consigo descrever por palavras o que senti quando visitei o cemitério Judeu e uma das Sinagogas, que tinha uma exposição de objectos, desenhos de crianças, pertences, cartas e fotografias das vítimas do holocausto. A exposição reflectia a vil privação de dignidade humana, descrevendo com precisão o percurso dos judeus desde a sua captura até à sua libertação. Naquele momento revi os momentos dos filmes “A vida é Bela”, “O Pianista”, “A lista de Schindler”, onde o conceito do crime praticado pelo Homem contra o Homem está evidente. Fiquei chocada ao ver os desenhos das crianças detidas em Auschwitz, as suas malas de cartão marcadas com os seus nomes, os seus brinquedos e a representação de todo o sofrimento vivido nos campos de concentração.
Também visitei a fortaleza de Vysehrad, onde encontramos a graciosa Igreja de S. Roque, construída em 1682 e o cemitério de Olnany, onde foram enterradas as vítimas da peste que assolou a cidade em 1679 e onde está sepultado o romancista Franz Kafka.
No último dia que estive em Praga decidi realizar um passeio de barco pelo rio Vltava, foi um momento magnífico, onde apreciamos as belas vistas das margens do rio, bem como, nos deliciamos com a gastronomia Checa.



Num dos jantares decidimos escolher um restaurante com ambiente romântico e optamos por jantar num barco em cima do rio Vltava para desfrutarmos do ambiente e da paisagem. Foi um momento muito especial, porque para além do ambiente envolvente e da vista magnífica, nesse dia comemorávamos um ano de casados.

A gastronomia checa passa por carne de porco e carne de vaca. A cerveja Checa é a bebida mais habitual, mas não posso tecer comentários acerca da mesma, porque não bebo álcool.
Para finalizar, considero que Praga é uma cidade  cujos adjectivos são poucos para tentar descrever e que, sem dúvida, a Pérola do Oriente é deslumbrante.
Tenho 3 cidades Europeias no meu coração, as cidades dos 3 P’s - Porto, Paris e Praga.

1 comentário:

  1. Olá, eu acho que vc poderia ajudar...Há um cemitério em Praga, pelo qual procuro, mas não sei se é o cemitério da cidade velha ou nova. Eu acreditava ser o velho, dos judeus, mas olhando no google maps, não parece com o que eu procuro. Como vc já foi pra lá e parece conhecer bem o local, vc saberia me dizer onde fica o cemitério que aparece no clip da banda INXS,da música "Never tear us apart", e que foi totalmente gravado em Praga? O vocalistas, Michael Hutchence passa pelo cemitério (que tem muros escuros)nos 2:37 taé 3:09.Aqui o link do youtube: http://www.youtube.com/watch?v=qq0d2JeL6jM Se puder ajudar...Obrigada!

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