1 de dezembro de 2011

Vila do Conde



Vila do Conde está situada na margem do Rio Ave, bem próxima do mar, no distrito do Porto.

A origem do seu nome está relacionada com uma lenda. Segundo a lenda que consta, um conde que vivia em Azurara com a condessa, regressava doente, quase a morrer, de uma grande peregrinação. Faz a promessa de largar uma pomba branca e onde ela pousasse, daria o seu nome fundando um convento e uma povoação. A pomba, pousou no alto do monte de S. João, onde o conde mandou edificar o mosteiro, e em volta dele a atual Vila do Conde. Ao longo dos séculos o Conde de Vila do Conde teve um nome, que, ainda hoje vigora numa das ruas locais – D. Mendo Bofinho. Certezas de que Mendo está na origem do topónimo, não existem, pois documento datado de 953, a cidade já aparece Villa de Comité e do Rofinho, até porque várias pesquisas foram feitas e surgem sempre indícios de outros nomes, ou seja, faltam documentos que esclareçam o nome da pessoa que esteve na origem toponímica de Vila do Conde.

Vila do Conde sempre teve uma forte ligação com o mar, que se cravou ainda mais com a construção do estaleiro naval na época dos Descobrimentos.

O Património desta tranquila cidade é de uma importância e beleza única, deste modo não perdemos nenhuma atração da cidade e iniciamos a nossa visita na praça principal onde se localiza os Paços do Concelho.



Seguidamente visitamos a Igreja Matriz de Vila do Conde, também designada por Igreja de São João Baptista, um edifício tardo-gótico com elementos manuelinos, barrocos, neo-góticos, apresenta planta em cruz latina com três naves, transepto (com duas capelas) e cabeceira salientes. A sua torre sineira é de estilo renascentista.






Percorremos as ruas da cidade e fomo-nos deparando com algumas atrações, como capelas, fontes, pelourinho, entre outros monumentos.




Dirigimo-nos para junto do rio ave e encontramos a Capela do Socorro, uma capela mandada construir em 1599, por Gaspar Manuel, junto ao rio Ave, com vista para a sua foz. É notável não só pela sua relativa antiguidade, mas pelo seu aspeto singular, que a aproxima dos pagodes orientais, por onde estanciou o «piloto-mor da carreira da Índia, China e Japão» que custeou as obras. É de destacar a decoração do seu interior com belíssimos azulejos do século XVIII, representativos da vida de Cristo, bem como para o retábulo de estilo rócócó.






Continuamos pela foz do rio Ave e deparamo-nos com a Nau Quinhentista. Para além de um importante elemento de atração turística e lúdica, esta nau tem uma função pedagógica, pois, construída com o maior respeito pelas investigações científicas da responsabilidade do Almirante Rogério de Oliveira, incorpora o saber ancestral dos carpinteiros e calafates dos estaleiros vilacondenses.



Outra das atrações da cidade é a Casa-Museu José Régio. José Régio foi, ao longo da sua vida, um grande colecionador de obras de arte, basicamente de cariz popular e, na sua grande maioria, de Arte Sacra. Cristos, ex-votos, ferros, estatuária religiosa, bem como uma vasta gama tipológica de objetos, foram recolhidos, comprados ou trocados por esta grande figura das letras portuguesas do século XX. Esta visita cultural enriqueceu os meus conhecimentos acerca da vida do escritor.

Posteriormente seguimos para a igreja e Convento de Santa Clara. Este foi um convento feminino instituído em 1318 e extinto no século XIX. Do antigo conjunto, restam-nos a magnífica igreja em estilo gótico e parte do edifício conventual, reedificada parcialmente no século XVIII. O convento foi fundado por iniciativa de D. Afonso Sanches, filho bastardo de Dinis I de Portugal, e de sua esposa, D. Teresa Martins.





Ao lado do convento situa-se o Aqueduto, um canal artificial construído desde o Convento de Santa Clara até à nascente e inicialmente formado por 999 arcos. Do conjunto resta ainda uma grande parte da estrutura inicial, embora já muito faccionada, sendo o troço da Igreja de Santa Clara e até ao limite do Concelho de Vila do Conde o que melhor conservação apresenta, numa extensão de 500m, num total de cerca de quatro quilómetros. Desde o início que existiam dificuldades no abastecimento de água ao convento. Ao princípio, as freiras remediavam-se com uma cisterna; depois contrataram serviços de aguadeiros; e mais tarde, recorreram a uma grande arca de água, fábrica da fundação do Convento, e que descia por dilatados degraus de pedraria.




Por fim, dirigíamo-nos para a costa, para apreciarmos as belas praias da região, quando encontramos o Forte de São João Baptista, também conhecido por Forte de Nossa Senhora da Assunção. A sua construção teve como objetivo a defesa do porto do Ave, perdendo o seu valor militar após o desfecho da guerra civil em 1834. Atualmente está convertido em unidade hoteleira.



No que se refere ao artesanato local, Vila do Conde é sobejamente conhecida pela sua produção das Rendas de Bilros, numa tradição que remonta ao século XVI, e que está devidamente registada no interessante Museu das Rendas, e preservada na Escola de Rendas.

Antes de abandonarmos a cidade paramos numa confeitaria que vendia doces regionais e deliciamos com os doces conventuais. As receitas conventuais são uma tradição secular em Vila do Conde. O Convento de Santa Clara, onde a arte da doçaria atingiu o maior esmero e perfeição, foi uma verdadeira escola. Entre diversas especialidades, destacam-se os beijos de freira e doces com ovos.

Vila do Conde é uma cidade de perfil muito singular acarretando uma grande herança patrimonial.

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