30 de março de 2012

Noites sem estrelas





"Mesmo as noites totalmente sem estrelas podem anunciar a aurora de uma grande realização."
                                                                                                                 Martin Luther King



29 de março de 2012

Empadão de atum





Ingredientes:
750 g de batatas
2 dl de natas
1 gema de ovo
4 chalotas
2 dentes de alhos
2 latas de atum
1 cenoura       
Vinho branco, q.b.
3 colheres de sopa de Polpa de tomate
Pimenta e sal, q.b.
Tabasco, q.b.
Noz-moscada q.b.
Manteiga q.b.
Azeite, q.b.



Aloura-se as chalotas às rodelas e o alho picado numa frigideira, num fio de azeite. Depois de as chalotas estarem alouradas acrescenta-se as colheres de polpa de tomate e deixa-se estrugir. Em seguida, acrescenta-se o atum, a cenoura ralada e um fio de vinho branco, junto com os temperos – sal, pimenta, gotas de tabasco - e deixa-se refogar.

Coze-se as batatas e reduz-se a puré. Adiciona-se as natas e tempera-se com sal, pimenta e noz-moscada. Acrescenta-se um pouco de manteiga e mexe-se sempre.
Numa terrina de ir ao forno, coloca-se uma primeira camada de puré, depois uma de recheio de atum e, por fim, uma última de puré.
Bate-se uma gema de ovo e pincela-se o empadão e leva-se a gratinar.

Bom apetite!



Lasanha de bacalhau





Ingredientes: 

Placas de lasanha frescas
Bacalhau desfiado e demolhado
1 cebola
2 dentes de alho
1 alho francês (parte branca)
500g de molho béchamel
100g de queijo ralado mozarela
Azeite, q.b.
Sal e pimenta, q.b.
Noz-moscada, q.b.



Salteia-se a cebola às rodelas e os dentes de alho num fio de azeite, quando a cebola estiver alourada acrescenta-se o bacalhau bem escorrido da água, tempera-se com pimenta e nós moscada e deixa-se saltear.

À parte salteia-se o alho francês às rodelas num fio de azeite e tempera-se com sal e pimenta.

Num pirex coloca-se as placas de lasanha e por cima destas o bacalhau, em seguida o alho francês e rega-se com molho bechamel e volta-se a colocar nova camada de placas de lasanha. Faz-se várias camadas alternando com o bacalhau, alho francês e o molho bechamel até terminar com as placas, por fim polvilha-se com queijo ralado e rega-se com o molho bechamel.

Leva-se ao forno por cerca de 30 minutos.

Bom apetite!



28 de março de 2012

Ucanha


Ucanha é uma freguesia do concelho de Tarouca, que se encontra enquadrada ao longo da encosta que desce em direção ao Rio Varosa ou Barosa.

O topónimo Ucanha deriva de Cucanha, forma usada até ao séc. XVII, tratando-se de um vocábulo que pode designar casebre ou lugar de diversão.

O curso de água, acompanhado por salgueiros e amieiros, ampara uma ínsua entre a ponte de Ucanha e a ponte nova, a qual é desfrutada como praia fluvial.
Esta freguesia marca a entrada do antigo couto do Mosteiro de Salzedas, onde são conservadas ainda dentro do seu limite as ruínas da Abadia Velha de Salzedas.

A aldeia de Ucanha possui pouco mais de setecentos habitantes em duzentas casas mas, apesar de tão diminuta população, a descoberta de várias sepulturas escavadas na própria rocha, datadas da época vizinha dos primeiros séculos do cristianismo, levam a supor ter havido por ali gente a morar bons anos antes da fundação da Nacionalidade.

As casas, essencialmente unifamiliares, ornamentam-se de varandas em madeira, com o realce do vermelho, azul e verde nas suas pinturas. Com escadas exteriores apresentam quase sempre dois pisos, cujo piso térreo é utilizado para as lojas, destinado essencialmente para uso agrícola, enquanto o segundo piso se destina à habitação.




A Igreja Paroquial destaca-se entre o casario. Com talha muito trabalhada e rica. No seu interior encontra-se uma laje tumular datada do séc. XVII, e num pequeno nicho do lado esquerdo, três pequenas imagens em granito do séc. XV.




O ex-libris da vila é a Ponte e a Torre Fortificada.

A ponte fortificada constituía a entrada monumental no couto do Mosteiro de Salzedas. A torre servia de cobragem de portagem, defesa e armazenamento de produtos. A função militar era secundária, não existindo ameias no topo.





A sua existência já vem documentada no século XII. D. Afonso Henriques doou, em 1163, à viúva de Egas Moniz, Teresa Afonso, o couto de Algeriz, acrescentando-lhe o território de Ucanha.

Esta insólita fortificação além de rodeada de certo mistério é única em todo o território português.

A ponte deve ter sido construída pelos romanos, no seguimento de uma estrada que passava ali perto. A torre, com porta de acesso bem acima do nível do chão, tem vinte metros de altura e dez de cada lado da base, onde se encontra a seguinte inscrição "Esta obra mandou fazer D. Fernando, abade de Salzedas, em 1465".




Esta une duas freguesias, Ucanha e Gouviães, e estende-se sobre o refrescante rio Varosa. Deduz-se que a povoação se tenha desenvolvido devido à obrigatoriedade da passagem da ponte. A torre terá sido elevada, a partir do momento em que o convento de Salzedas adquiriu os direitos de portagem da mesma.

A pequena vila de Ucanha consegue conciliar monumentos históricos com o fresco da natureza.


Tarouca


Tarouca é uma cidade que pertence à comarca e Diocese de Lamego e ao distrito de Viseu, é chamada de “Vale encantado”.

A história da cidade de Tarouca, como, aliás, de todo o Concelho, não deixa dúvidas quanto à sua importância no contexto regional e mesmo nacional.

Tarouca teve uma preponderância fora do comum ao longo da Idade Média com relevo nos alvores da fundação da nacionalidade. Nesse período Tarouca foi cabeça de um distrito que atingia os rios Paiva e Távora, absorvendo, após o século XI, as Terras de Caria.

A primeira referência escrita a Tarouca reporta-se ao séc. VI. Tarouca era, então, uma das seis paróquias da Diocese de Lamego, ocupando uma vasta área que se estendia até ao Rio Paiva.

Em 1057 o seu castelo foi definitivamente conquistado aos mouros por Fernando Magno, Rei de Leão.

O início da nacionalidade está intimamente ligado a Tarouca, quer pelo nosso primeiro rei, cuja figura está associada à construção do Mosteiro de S. João de Tarouca, quer ainda por Egas Moniz que foi Senhor da Honra de Dalvares e cuja esposa, Dona Teresa Afonso, mandou erigir o Convento de Santa Maria de Salzedas. Paio Cortês, monteiro-mor de D. Afonso Henriques, foi Senhor da Honra de Gouviães.

Tarouca é um município onde a magia e a memória dos tempos medievais sobrevivem nos monumentos, na alma das populações e no mistério de lendas e tradições que atravessam gerações. Aqui o património é vasto, riquíssimo e carregado de História.

Iniciamos a nossa visita pelo centro da cidade onde visitamos a Igreja São pedro de Tarouca. Na estrutura da igreja, são visíveis pormenores do estilo românico, de transição para o gótico. O interior é simples, formado por nave única e coberta por teto de madeira. A capela-mor possui uma cobertura composta por trinta painéis pintados do século XVII, tendo ainda um retábulo barroco em talha dourada. Foi provavelmente o primeiro mosteiro Cisterciense em Portugal.



Depois de visitarmos a igreja passeamos pelo centro histórico da cidade.



E seguida, dirigimo-nos ao Miradouro do Cristo Rei, um lugar de crescente devoção popular e foi recentemente objeto de diversos melhoramentos com vista a dotar o espaço de melhores condições para a liturgia e convívio.




Um dos ex-libris da cidade é o Mosteiro de São João de Tarouca, inicialmente foi um ermitério mas, em 1152, após a vitória de D. Afonso Henriques sobre os mouros em Trancoso, foi lançada a primeira pedra da igreja conventual cisterciense. O mosteiro foi o primeiro a ser construído no país pela Ordem de Cister.





O dormitório novo e torre sineira foram construídos no século XVI. A última fase das obras de ampliação do mosteiro decorreu no século XIX. Em 1938 seriam restaurados os retábulos, nomeadamente o de São Pedro, atribuído a Grão Vasco.





A igreja de São João de Tarouca pela admirável escultura, pelos seus quadros formosíssimos, azulejos e túmulos históricos, é, sem dúvida, uma das mais notáveis do país. A fundação deste templo data do princípio da monarquia (1157). Nesta igreja repousa D. Pedro Afonso, um dos filhos bastardos do rei D. Dinis, num enorme sarcófago em pedra de granito encimada pela estátua jacente e decorado com cenas de caça.








Fiquei impressionada com a beleza do seu interior, quando me deparei com tal obra de arte pensei que estava perante um museu. Não é fácil encontrar esta igreja aberta, porque da primeira vez que visitei este monumento não consegui visitar o interior da igreja, numa segunda visita tive a sorte de a encontrar aberta.






Outro Mosteiro emblemático de Tarouca é o Mosteiro de Santa Maria de Salzedas pertencente à Ordem de Cister, data do século XII, e o seu espaço foi doado pela mulher de D. Egas Moniz.




Sofreu obras de ampliação nos séculos XVI, XVII e XVIII, nomeadamente ao nível da fachada e dos claustros.

O Mosteiro surpreende-nos no meio do casario do pequeno burgo, que se formou em seu redor, e a sua imponência está marcada por vários estilos decorativos que foi acumulando ao longo do tempo, desde o românico até a um mais tardio, o barroco.






Classificado como Monumento Nacional é mais um exemplar da Ordem de Cister. Chegou a ser um dos mais ricos mosteiros portugueses, detentor de uma biblioteca notável. Atualmente representa um ponto de visita incontornável pela história e riqueza estilística que encerra.

Também visitamos a Ponte e Torre fortificada de Ucanha, que vou descrever no próximo post.

Depois de visitarmos os monumentos da cidade desfrutamos da sua gastronomia, a Gastronomia de Tarouca, tal como a Duriense, é bastante rica e diversificada, refletindo toda a imponência cultural de toda esta região. Alguns dos pratos típicos de Tarouca são: Caldo de castanha, arroz de pato à moda de Lafões, bola de carne em vinho de alhos, trutas do Varosa, bolas de presunto, broa de milho, falachas de castanha, sarrabulho doce com nozes e bolinhos de mel.

Visitar Tarouca é partir à descoberta do passado, ao encontro de histórias, lendas e mistérios de outros tempos, vestígios arqueológicos, joias arquitetónicas, recantos e paisagens naturais de beleza inigualável.

 

27 de março de 2012

Quanto tempo dura o eterno?

Foto by Profoto


“Alice: Quanto tempo dura o eterno?
Coelho: Às vezes apenas um segundo.”

                          Alice no País das Maravilhas

26 de março de 2012

Quero seu teu

Anda comigo ver os aviões

Se alguém te quiser oferecer ...



“Se alguém te quiser oferecer a noz descascada, a vitória sem combate, o diploma sem a sabedoria, foge depressa. Encher-te-ias de vazio.”

                                                                                                                                     Paulo Geraldo

25 de março de 2012

Aldeia de Mós


A aldeia de Mós situa-se na freguesia de Mós no concelho de Torre de Moncorvo.

Acredita-se que a primitiva ocupação humana deste sítio remonta a um castro da Idade do Ferro.       

A aldeia de Mós, em tempos antigos foi sede de concelho medieval, com autonomia judicial e pelourinho, sendo por isso considerada como uma povoação muito antiga.
Em 1162, recebeu de D. Afonso Henriques foral e, posteriormente, em 1512 recebe novo foral por D. Manuel. Na época da formação da nacionalidade esta aldeia teve muita importância devido à sua posição de sentinela sobre as terras da raia espanhola, o que a levou a ter castelo, de que atualmente só restam alguns vestígios.

O seu Castelo foi erguido numa pequena elevação coberta por vegetação e árvores a norte da povoação, dominava a chamada Calçada de Mós, um antigo eixo viário na região.





Os remanescentes do castelo encontram-se classificados como Imóvel de Interesse Público. Na década de 1960 parte da muralha medieval ruiu, registando-se uma construção particular sobre um troço muralhado.
Atualmente restam apenas vestígios de alguns troços de muralha com casas de habitação adossadas.

Fora dos muros destacam-se a Igreja de Santa Maria e o pelourinho.

A Igreja Matriz/ Igreja de Santa Maria é um templo de arquitetura renascentista e barroca, a sua construção é do século XVI, tem um interior riquíssimo: altares de talha dourada, pinturas no teto do altar-mor e arcos e púlpito em granito.



Nesta aldeia também encontramos calçada romana abraçada por casas rurais que testemunham a história deste local.








A aldeia de Mós é um local onde a história e a tradição ainda permanecem enaltecidas.


Torre de Moncorvo


Torre de Moncorvo (muitas vezes chamado simplesmente de Moncorvo) é uma vila que pertence ao Distrito de Bragança.

Os rios Sabor e Douro são uma marca na paisagem deste concelho, ainda assim não menos importantes são o Vale da Vilariça e a Serra do Reboredo.

Torre de Moncorvo teria nascido de uma remota Vila da Alta Idade Média, que em antigos documentos vem designada Vila Velha de Santa Cruz da Vilariça, situada no topo da margem direita do Rio Sabor e nas proximidades do núcleo de vida pré-histórica do Baldoeiro.

Segundo a tradição, os habitantes desta povoação, devido à insalubridade do local muito sujeito às emanações palustres e, talvez, também, em consequência dos estragos sofridos com as Razias Mouriscas tão frequentes na época abandonaram-na deslocando-se para o ponto mais arejado no sopé da Serra do Roboredo. De qualquer maneira, a ter-se dado o abandono da Vila de Santa Cruz da Vilariça, este ter-se-ia processado nos fins do séc. XIII. No princípio desse século existia ainda a Vila de Santa Cruz da Vilariça e dava sinais de relativa vitalidade, pois recebeu de D. Sancho II, em 1225, uma carta foral que lhe concedia importantes isenções e regalias fiscais e penais.

Quanto à origem do topónimo de Torre de Moncorvo, segundo as Memórias Paroquiais de 1978, " é tradição que se mudava da Villa de Santa Cruz pela multidão de formigas, que não só faziam dano considerável em todos os viveres, mas aos mesmos viventes lhe causavam notável opressão, e resolvendo-se a evitar estes incómodos foram para o pé do Monte Reboredo onde havia uns casais de que era senhor um homem chamado Mendo, o qual dizem que na sua casa tinha uma torre e domesticando nela um corvo. Crescendo depois a povoação e tendo o foral de Villa lhe chamaram de Villa de Mendo do Corvo, que com fácil corrupção se continuou a chamar a Villa de Moncorvo".

Para visitar esta vila, aconselho um percurso a pé pelo centro histórico, Núcleo Medieval onde se incluem as casas solarengas, o Museu do Ferro, as inúmeras “oficinas artesanais” de venda de produtos regionais e confeção da “amêndoa coberta de Moncorvo”.



Nesse percurso cruzamo-nos com o Paços do concelho, edifício do séc. XIX, de estilo neoclássico, que ostenta na fachada a heráldica municipal.



 Também encontramos o Castelo de Torre de Moncorvo, mandado edificar por D. Dinis nos séc. XIII - XIV. Subsistem restos da sua estrutura, conserva-se intacta a porta do lado nascente e alguns panos da muralha, que cercavam a antiga vila.




O ex-líbris da vila é a sua Igreja matriz, a sua construção iniciou-se na primeira metade do séc. XVI, levando cerca de um século a ser construída.
É de salientar, na fachada o belo pórtico em estilo renascença. O interior ostenta um grandioso retábulo setecentista e uma das mais notáveis obras de arte - o tríptico de Sant'Ana, de origem flamenga.






Esta é classificada como Património Nacional e é considerada como o maior templo religioso da Província de Trás-os-Montes.



Também visitamos aldeias típicas e rurais do concelho, entre elas a aldeia de Mós que vou abordar no post seguinte.

Na gastronomia tradicional do concelho de Torre de Moncorvo distinguem-se os pratos de alheiras com grelos, morcela doce e de sangue, salpicão de ossos com arroz, tabafeiras e presunto. Também de mencionar a caldeirada de cabrito ou borrego, a feijoada à trasmontana, o arroz de perdiz e as migas de peixe.

Na doçaria, destaca-se no concelho de Torre de Moncorvo a amêndoa coberta, cavacas, súplicas, biscoitos à tia patuleia, estradinhas, pão moreno e pão de ló.

Se tiverem interesse em saborear a gastronomia local aconselho o Restaurante Regional o Lagar, instalado num antigo largar de azeite, aqui desfrutamos das iguarias regionais.

Para ficarem hospedados sugiro a Casa de Santa Cruz, situada na freguesia de Felgar, uma casa familiar com um delicioso pequeno-almoço, com produtos caseiros e saborosos.

Concluindo, Torre de Moncorvo é uma vila pequena mas com grandes atrações turísticas.